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  • Tel.: (11) 3864.7023

NÚCLEOS DE PESQUISA 2025

PRIMEIRO SEMESTRE 2025

Núcleo de Pesquisa e Leitura sobre Apresentação de Pacientes e Psicose

O ensino através das apresentações de pacientes e a sua importância para a formação do psicanalista

Para o ano de 2025, a proposta do Núcleo é continuar com os estudos sobre Apresentação de Pacientes e Psicose, ressaltando o ensino que acontece através das apresentações de pacientes e a sua importância para a formação do psicanalista. Cada apresentação é, em si mesma, um ensinamento: para o paciente, para o analista que conduz a entrevista, e para o público.

Como disse Guy Briole[1]: “Se Lacan retomou esse exercício de transmissão de saber habitual na medicina, é porque ele o considerava essencial para a formação dos analistas na clínica. É um dos eixos do tripé que constitui a Secção Clínica de Paris, inaugurada em 1976: seminário teórico, seminário prático e apresentação de pacientes”.

Para alcançar esse objetivo faremos reuniões de discussão teóricas e de casos publicados de Apresentação de Pacientes e do acervo de casos da Seção Clínica da Clipp.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar ou renovar sua inscrição junto à secretaria da CLIPP através do e-mail: secretaria@clipp.org.br

[1]BRIOLE, Guy. La enseñanza de los enfermos: efectos de formación. Dejar la palabra a los pacientes
  • COORDENAÇÃO: Marizilda Paulino e Perpétua Medrado Gonçalves
  • PERIODICIDADE E HORÁRIO:  sextas-feiras / quinzenal / 16h00 às 17h30
  • INÍCIO: 14/03/2025
  • MODALIDADE: híbrida
  • INVESTIMENTO: R$ 340,00

PROGRAMAÇÃO

MARÇO

  • 14/03  Apresentação geral do tema e do trabalho desse ano
    • Marizilda Paulino e Perpétua Medrado Gonçalves
  • 28/03 La experiencia enigmática de la psicoses em las presentaciones clínicas

ABRIL

  • 04/04 Manœuvres et circonvolutions autour d’un dit Lecture d’une présentation de malade de Lacan
    • Apresentação da srta. Boyey
  • 11/04 Manœuvres et circonvolutions autour d’un dit Lecture d’une présentation de malade de Lacan
    • Apresentação da srta. Boyer

MAIO

  • 09/05  Yo era el hombre de un padre
    • Conversación: Hacia un mundo soportable
  • 23/05 Yo era el hombre de un padre
    • Conversación: Hacia un mundo soportable

JUNHO

  • 06/06 Autismo e Psicose Infantil: da clínica à política e retorno
  • 27/06 A construção de um aparelho vocal em um adolescente psicótico: resultado terapêutico da Apresentação de Pacientes
Bibliografia:
Leguil, F. Del Edipo a la sexuación, Jacques-Alain Miller [e al.], 1ª. Reimp.- Buenos Aires: Paidós, 2005, p.295-306
Biagi – Chai. F. Manœuvres et circonvolutions autour d’un dit Lecture d’une présentation de malade de Lacan. Disponível em: https://www.lacan-universite.fr/wp-content/uploads/2023/01/2-FBC-presentation-de-malade-IRONIK-DEF-DEF-2.pdf
Apresentação da srta. Boyer. In: Lacan Redivivus, Jacques-Alain Miller e Christiane Alberti (orgs), 1a. ed., Rio de Janeiro: Zahar, 2022, p. 155-179
Matet, Jean-Daniel. Yo era el hombre de um padre In: Cuando el Outro es malo, Buenos Aires: Paidós, 2011, p.15-23. Conversación: Hacia un mundo soportable, p.79-96.
Drummond, Cristina. Apresentação de pacientes: como nos deixar ensinar pelos autistas? In: Ana Martha W. Maia (ORG). Autismo e Psicose Infantil: da clínica à política e retorno. Goiânia: Kelps, 2022, p.166-175.
Santiago, A.L. A construção de um aparelho vocal em um adolescente psicótico: resultado terapêutico da Apresentação de Pacientes. Disponível: https://pepsic.bvsalud.org/pdf/malestar/v7n2/09

Núcleo de Pesquisa: Psicanálise e Medicina

Há-Um!

 “O ser falante é essa relação perturbada com o próprio corpo que se chama gozo” 

 “Há-um” é um aforismo que Lacan nos apresenta em seu Seminário de 1971-1972 “… ou pior” como uma afirmação jaculatória que segue de perto aquele outro aforismo, mais conhecido, “Não existe relação sexual”. Ponto de partida para o seu último ensino, Lacan nos apresenta, neste seminário, o falasser imerso na solidão do seu gozo (autoerótico) e às voltas com a impossibilidade de obter harmonia entre os sexos. Ávidos em preencher, por meio da linguagem, esta hiância da não existência da relação sexual, o falasser faz do seu corpo a base para os mais diversos modos de gozo e de discursos que reiteradamente levam ao pior. Como circunscrever o real aí entalhado? Como o discurso psicanalítico intervém?

Neste primeiro semestre de 2025, daremos continuidade ao trabalho de percorrer o Seminário 19, buscando acompanhar o avanço epistêmico que ele imprime ao ensino de Lacan e extrair elementos que nos permitam pensar a atualidade da clínica psicanalítica.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar ou renovar, a cada semestre, sua inscrição junto à secretaria da CLIPP através do email: secretaria@clipp.org.br

  •  COORDENAÇÃO:  Eliane Costa Dias e Niraldo de Oliveira Santos
  • PERIODICIDADE : terças-feiras / mensal / 20h30 às 22h00
  • INÍCIO: 11/03
  • MODALIDADE: híbrida
  • INVESTIMENTO: R$ 170,00

PROGRAMAÇÃO:

  • 11/03 – Lição X “Há Um”
  • 08/04 – Lição XI “História de Uns” (palestra)
  • 13/05 – Lição XII “O saber sobre a verdade”
  • 10/06 – Lição XIII “Na base da diferença dos sexos”
Bibliografia:
LACAN, J. Seminário 19: …ou pior. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
Referencias complementares:
ARENAS, G. “Los 11 Unos del 19 más uno”. Olivos: Grama, 2014
GORSKI, G.G.; FUENTES, M.J.S. “Leituras do Seminário … ou pior de Jacques Lacan. Salvador: Escola Brasileira de Psicanálise, 2015
HORNE, B.; GURGEL, I. (org.) O campo Uniano. O último ensino de Lacan e suas consequências. Goiânia: Ares, 2022
LACAN, J. “Estou falando com as paredes: conversas na Capela de Sainte-Anne. Rio de Janeiro: Zahar, 2011
MILLER, J-A. “O Um sozinho”. Curso da Orientação Lacaniana III, 2010-2011. (inédito)
MILLER, J-A. “O Um é letra”. Revista Opção Lacaniana, no 83; setembro de 2021, p. 44-66
“El Uno en la experiencia analítica – Lecturas del Seminário 19: … o peor”. Buenos Aires: EOL/Grama, Colección Orientación Lacaniana, 2023

Núcleo de Pesquisas em Psicanálise e Educação (NUPPE)

A evaporação do pai na sociedade contemporânea e seus efeitos na educação e nas escolas

Lacan em Nota sobre o pai destaca o polimorfismo que aparece em relação ao pai na obra freudiana. Ele destaca, então, “Todo o mundo parece dizer que o mito do Édipo se dá de fato, eu, peço evidências”. Ao longo da sua obra Lacan buscou essas evidências. O que o fez sair da metáfora paterna e a função do pai, para uma investigação a respeito do Nome-do-Pai e, em seguida, dos Nomes-do-Pai. São passagens deixadas por ele, ao longo do primeiro ensino, que vão se alterar frente a segunda clínica lacaniana.

Em 1968, a partir de uma intervenção na Escola Freudiana de Paris, Lacan menciona que estamos na época da evaporação do pai. E mais, que ela implantaria “em nossa época, a marca, a cicatriz de evaporação do pai, é o que poderíamos por baixo a rubrica e o título geral de segregação.” Torna-se importante pensar nos efeitos desses processos nas configurações familiares, na Educação e nas escolas.

Lacan acrescenta ainda que “ nós cremos que o universalismo, a comunicação de nossa civilização homogeneíza as relações entre os homens”. Pelo contrário, ele destaca ainda que: o que caracteriza ao nosso século, e não podemos nos dar conta disso, é uma segregação ramificada, reforçada que se recorta em todos os níveis, que não faz senão multiplicar as barreiras”.

Mais uma vez Lacan é bastante preciso. Do ponto de vista do nosso Núcleo, entendemos que se torna necessário estudarmos os efeitos da evaporação do pai na sociedade, nas famílias, na Educação e nas escolas. Investigar quais são as faces dos processos de segregação atuais dos efeitos da evaporação do pai.

Neste semestre vamos estudar, como tema geral a evaporação do pai. E, como tema específico, a cicatriz dos processos de segregação deixados por ela. Fica um convite a todos que queiram estudar esses processos.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar ou renovar sua inscrição junto à secretaria da CLIPP através do e-mail: secretaria@clipp.org.br

  •  COORDENAÇÃO: Leny Magalhães Mrech
  • PERIODICIDADE:  Segundas-feiras  / quinzenal / 16h30 às 18h00
  • INÍCIO: 24 de março
  • MODALIDADE: online
  • INVESTIMENTO: R$ 340,00

PROGRAMAÇÃO

MARÇO

  •  24/03 O Primeiro Ensino de Jacques Lacan e as versões do Pai -efeitos na Educação e nas escolas.

ABRIL

  •  07/04 Os Nomes do Pai e a transição para o segundo ensino e seus efeitos na Educação e nas escolas
  • 28/04 A evaporação do pai – Nota sobre o Pai de Jacques Lacan

MAIO 

  • 05/05 A cicatriz da evaporação do pai e os processos de segregação
  • 19/05 O ódio além e aquém do pai de Luiz Fernando Carrijo da Cunha

JUNHO

  • 02/06 A evaporação do pai na era contemporânea e seus efeitos na Educação e nas escolas – retomada das discussões
  • 16/06 Apresentação de um caso clínico e avaliação final
 Bibliografia
 CUNHA, Luiz Fernando Carrijo da Cunha – O ódio, além e aquém do pai. In Argumento do IX ENAPOL. Disponível em: https://ix.enapol.org/argumento/
LACAN, Jacques – Prefácio à edição inglesa do Seminário 11. In Outros Escritos. Rio de Janeiro, Zahar, 2003.
___________ _ “Nota sobre o Pai”. In: Opção Lacaniana, nº 71, nov.2015.
___________ _ Introdução aos Nomes-do-Pai In Nomes-do-Pai. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005.
___________ _ A Terceira In A Terceira. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2022.
MILLER, Jacques-Alain – Racismo. In Extimidad. Buenos Aires, Paidós, 20210.
___________ _ O pai tornado vapor. In Opção Lacaniana, Abril de 2024, número 88.
MRECH, Leny Magalhães – Nota sobre o conceito de segregação. Disponível em: https://clipp.org.br/nota-sobre-o-conceito-de-segregacao-em-jacques-lacan/
RECALCATI, Massimo – A evaporação do pai. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/636457-a-evaporacao-do-pai-artigo-de-massimo-recalcati

Núcleo de Pesquisa: Psicanálise e Toxicomania

Toxicomanias

A toxicomania está presente no discurso analítico desde as cartas de Freud a Fliess: a protomania, a repetição masturbatória original. A sacação freudiana traz, em seu bojo, qual o lugar que a toxicomania ocupa na economia libidinal de um sujeito: satisfação tendo como agente e outro o corpo próprio. Ora, se o agente e o outro, linha superior dos laços sociais, é o si mesmo dispensado está o Outro, o código, a linguagem e um novo laço social está criado. Mais próximo, então, o sujeito está do gozo, da repetição sem criatividade, do que do desejo e, do para além da demanda. Um novo laço social está, deste modo, constituído. A característica deste novo laço é a hipostasia do Um, restando apenas a pragmática da busca pela droga como o que põe em cena a pálida figura do outro.

Um sujeito com essa marca pode por pressão dos circunstantes ou por sacar que algo não vai bem, pode procurar a psicanálise. O que fazer?

Responde-se a esta pergunta descrevendo, dentro dos parâmetros do discurso analítico, o que acontece com o sujeito, aquele que surge entre dois significantes, no toxicômano (adicto, dependente químico) e demarcando o limite e a vantagem de colocar esse exilado do Outro no contexto da linguagem, do enigma e do desejo do analista.

Por 3 anos, desenvolvemos a perspectiva acima esclarecida. Em 2024, o Núcleo passou por outras paragens. A Antropologia, a Filosofia e o modo kleiniano de pensar foram os destaques. Neste primeiro semestre de 2025 continuaremos no caminho que salienta mais a interface do discurso analítico. Abordaremos o recente retorno dos psicodélicos à terapêutica da toxicomania e uma discussão sobre o paradoxo da terapêutica medicamentosa, onipresente no tempo que corre.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar, ou renovar sua inscrição junto à secretaria da Clipp através do e-mail: secretaria@clipp.org.br

A efetivação da inscrição estará sujeita à realização de uma entrevista com os coordenadores, quando solicitada por estes.

  • COORDENAÇÃO: Durval Mazzei Nogueira Filho e Angelino Bozzini.
  • PERIODICIDADE E HORÁRIO: sábado / mensal / 9h00 às 10h30
  • INÍCIO: 29/03
  • MODALIDADE: online
  • INVESTIMENTO: R$ 170,00

PROGRAMAÇÃO

MARÇO

  • 29/03  Os psicodélicos. (convidada dra Mariana Muniz)

ABRIL

  •  26/04 Psicoterapia com psicodélicos. (convidada a dra Flávia Giaffone)

MAIO

  • 31/05 – Uso dos psicofármacos: virtudes e paradoxos

JUNHO

  • 28/06 Uso dos psicofármacos: virtudes e paradoxos

Bibliografia
Nogueira Filho, DM.  Toxicomanias. Escuta, São Paulo 1996. Escohotado, A. Historia de las drogas (volumes 1 e 2). Alianza Editorial, Madrid, 2002
Nery Filho, A; MacRae, E; Tavares, LA; Rêgo, M; Nuñez, MA. As drogas na contemporaneidade: perspectivas clínicas e culturais.. EDUFBA:CETAD, Salvador, 2012
Frances, Allen. Somos todos enfermos mentales? Manifiesto contra los abusos de la psiquiatria. Ariel – Editora Paidós, Buenos Aires, 2014
Dworkin, R W. Felicidade artificial. O lado negro da nova classe feliz.Planeta, São Paulo, 2007


Núcleo de Pesquisas em Psicanálise e Autismo

O autismo a partir da leitura do livro – O Autismo, entre alíngua e a letra de Patrício Alvarez Bayón.

Ao iniciarmos o Núcleo no semestre passado, partimos de que o autismo tem se tornado uma das grandes causas de estudos e de diagnósticos. Eric Laurent destaca ainda que estamos frente a uma batalha em relação ao autismo. O que acabou levando a uma ampliação dos diagnósticos com a criação do termo – Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Por tudo isso, torna-se necessário aprofundarmos nossos os estudos. Neles a singularidade do sujeito autista revela-se um tema estratégico.

O Núcleo de Pesquisas em Psicanálise e Autismo da CLIPP vem dar continuidade à discussão do livro de Patricio Álvarez Bayón – O autismo, entre alíngua e a letra* que foi publicado no ano passado em língua portuguesa. Seus conceitos têm iluminado de maneira exemplar o que ocorre na clínica dos autistas, assim como também traz um aprofundamento do ponto de vista teórico. Neste semestre abordaremos conceitos como: a alíngua, a letra e o furo, a foraclusão do furo e a detenção da linguagem. Fica aqui o convite à participação dos interessados.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar ou renovar, a cada semestre, sua inscrição junto à secretaria da CLIPP através do email: secretaria@clipp.org.br

  •  COORDENAÇÃO: Leny Magalhães Mrech e Perpétua Medrado Gonçalves
  • COMISSÃO DE ORIENTAÇÃO EPISTÊMICA: Celia Betti Siqueira, Leny Magalhães Mrech, Liz Vitória do Amaral Silva, Luciana Rabelo, Perpétua Medrado Gonçalves.
  • PERIODICIDADE E HORÁRIO: sábados/ mensal / 10h30 as 12h00
  • INÍCIO: 15 março
  • MODALIDADE: online
  • INVESTIMENTO: R$ 170,00

PROGRAMAÇÃO:

MARÇO

  • 15/03 Capítulo 3. Alíngua

ABRIL

  • 12/04 Capítulo 4. A Letra e o Furo

  MAIO

  • 17/05 Apresentação da dissertação de mestrado pela FEUSP de Liz Vitória do Amaral Silva – Uma investigação do autismo a partir da psicanálise e uma leitura da obra de Birger Sellin.

JUNHO

  • 14/06 Capítulo 5. A foraclusão do furo e a detenção da linguagem
Bibliografia:
*Bayón, Patricio Álvarez – O Autismo, entre alíngua e a letra. Tradução Bartyra R. De Castro. Vitória: Editora Cândida, 2024. (Coleção pipa traduz)

Núcleo de Pesquisas em Psicanálise e Atendimento de Crianças e Adolescentes

Entre o enigma e a fixação de gozo

Retomaremos nosso trabalho de pensar a clínica com crianças na contemporaneidade, tomamos como pontos de partida: o “Nome do Pai”, a “feminilidade” e “a criança e sua subjetividade”. Estes conceitos vão se transformando e ampliando à medida em que Lacan buscava novas elaborações que incluíssem as mudanças rápidas e significativas que observava na sociedade.

Em seu texto: “Um real para o século XXI”, Miller comenta (p.24) – sobre a lei natural, definida por São Tomás de Aquino. Dentro desta concepção não se deveria “tocar na natureza”, pois havia o sentimento de que isto podia afetá-la “e que havia atos humanos que iam contra a lei natural” (…) pois todo mundo pressente que o real escapou da natureza”1.

Com o avanço do capitalismo e da tecnociência, produz-se uma desconexão entre as escolhas possíveis e a lei natural. Com o advento da pílula anticoncepcional na década de 60 tornou possível o controle da natalidade pelas mulheres. Por outro lado, hoje pode-se prescindir do contato sexual para se ter um filho com novas tecnologias: inseminação artificial, ovo doação, barriga de aluguel…

Diante destes fatos há uma desconexão entre a natureza e os costumes. Hoje temos a família estendida, onde vários arranjos são possíveis: um casal heterossexual que se separa, pode formar uma outra família, também um casal de homossexuais onde um assume o papel de pai e buscam uma mãe biológica etc. O sintoma da criança revela o funcionamento destas novas configurações.

A criança depende de adultos para sobreviver e se constituir como sujeito. Ela recebe uma linguagem, que já estava lá antes do seu nascimento e também os significantes do Outro que vestem e dão corpo à história deste sujeito e como consequência uma perda de gozo.

No trabalho analítico com criança temos oportunidade de acompanhar sua infância e isto nos propicia escutar suas histórias in loco, seus significantes, seus sentimentos de prazer, vergonha, satisfação, medo…

É no segundo tempo do complexo de Édipo (este que nunca é lembrado pelo sujeito) onde se converge a historicidade do sujeito e o real. Lacan (1968) mostrou que os analistas, à época destacavam a maternagem (relação mãe e filho), mas ele priorizou a questão sexual. Ao considerar a sexualidade feminina marcando a subjetividade do filho, questionamos “o que é a criança para esta mulher?”

A questão de Freud “was will das weib?  – o que quer a mulher? -, Lacan propõe “o que quer uma mulher”, destacando que a mulher deve ser tomada uma a uma. Também separa o “querer” do “desejo”. Onde abordou de diferentes modos até chegar ao mal-entendido. A criança nasce de um de mal-entendido, que já estava lá antes e este possui uma parte que não se revelará jamais.  A psicanálise explora o mal-entendido e ao final revela a fantasia.

Com o objetivo de responder às questões pensadas para este semestre, segue abaixo o programa e a bibliografia.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar, ou renovar sua inscrição junto à secretaria da Clipp através do e-mail: secretaria@clipp.org.br

A efetivação da inscrição estará sujeita à realização de uma entrevista com as coordenadoras, quando solicitada por estas.

  1. Um real para o século XXI Ondina Machado, Vera Lucia Avellar Ribeiro, org. – Belo Horizonte: Scriptum, 2014
  •  COORDENAÇÃO: Célia M. B. Siqueira, Luciana Carvalho Rabelo e Maria Cristina Merlin Felizola
  • PERIODICIDADE:  terças-feiras (quinzenal) 20h30 às 22h
  • INÍCIO: 18 de março
  • MODALIDADE: híbrida
  • INVESTIMENTO: R$ 340,00

PROGRAMAÇÃO

MARÇO

  • 18/03 A (barrado) mulher: nascer de um mal entendido

ABRIL

  • 01/04 Do Nome-do-Pai aos Nomes-do-pai
  • 15/04 Que lugar a criança pode ocupar para a sua mãe”?

MAIO

  • 06/05  O que é um filho para uma mulher?
  • 20/05 O que agita corpo da criança?

JUNHO

  • 03/06 Convidado
  • 17/06 Avaliação
Bibliografia
Ana Martha Wilson Maia(org): “A mulher: nascer de um mal-entendido”,  in: A MULHER nasce de um mal-entendido. Goiana: Ed. Kelps, 2023. p. 7
LACAN, J.: ”O mal-entendido”, in Opção Lacaniana nº 72, março 2016
Prado, Terezinha: “Do universal ao singular: conexões com o fantasma na contemporaneidade”, in: Revista Rayela nº 10: Sonhos e fantasmas na clínica com crianças e adolescentes. Uma trama entre o enigma e afixação. 2023
Ana Martha Wilson Maia(org): “A voz e a criança”,  in: A MULHER nasce de um mal-entendido. Goiana: Ed. Kelps, 2023. p. 29
Ana Martha Wilson Maia(org): “A criança e o saber frente ao enigma da sexualidade”, in: A MULHER nasce de um mal-entendido. Goiana: Ed. Kelps, 2023. p. 78
Ana Lydia Santiago e Márcia Mezêncio (orgs): “O que agita o corpo da criança não é fácil dizer: caso de uma criança agitada, voraz e agressiva, que põe em questão o diagnóstico e a medicação,” in: A psicanálise do hiperativo e do desatento…com Lacan. Belo Horizonte. Scriptum Livros, 2013.p. 97.

Núcleo de Pesquisas em Psicanálise e Filosofia

Lacan e a Filosofia: o sujeito, a família, a criança

A filosofia, desde seus primórdios, buscou entender as condições de possibilidade do conhecimento humano e vivenciou o paulatino desprendimento dos diferentes ramos do saber, das matemáticas à psicologia e, recentemente, da psicanálise. No entanto, a filosofia parece sempre servir como epistemologia de base, garantindo o raciocínio lógico necessário ao desenvolvimento de conceitos específicos a cada ciência.

Faz-se necessário considerar que psicanálise e filosofia são discursos diferentes que apresentam uma tensão de origem: a psicanálise se constrói com a descoberta do inconsciente, ao passo que a filosofia está associada à ideia da vida psíquica racional e consciente.

A relação de Freud com a filosofia é polêmica, aparecendo como desejo e recusa ao mesmo tempo, mas o mesmo não ocorre com Lacan que recorre constantemente a filósofos e suas teorias, como apoio a conceitos psicanalíticos desenvolvidos durante uma vida de prática analítica.

A proposta do Núcleo de Filosofia neste semestre é examinar conceitos psicanalíticos veiculados aos Escritos e Outros Escritos de Lacan, em sua relação com diferentes filósofos e suas teorias.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar ou renovar, a cada semestre, sua inscrição junto à secretaria da CLIPP através do email: secretaria@clipp.org.br

  • COORDENAÇÃO: Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri e Márcia Aparecida Barbeito.
  • PERIODICIDADE:  segunda-feira/ quinzenal / 18h30 às 20h00
  • INÍCIO 31/03
  • MODALIDADE: híbrida
  • INVESTIMENTO: R$ 340,00

PROGRAMAÇÃO

 MARÇO

  • 31/03 – O Hegel de Lacan (I)

ABRIL

  • 14/04 – O Hegel de Lacan (II)
  • 28/04 – Lacan e a família

MAIO

  • 12/05 – Lacan e criança
  • 26/05 – Lacan e a mulher

JUNHO

  • 09/06 – Lacan e a mãe
  • 23/06 – Lacan e as estruturas
Bibliografia
LACAN, J. O estádio do espelho como formador da função do eu. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
LACAN, J. Intervenção sobre a transferência. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
LACAN, J. O sujeito enfim em questão. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
LACAN, J. Os Complexos Familiares na formação do indivíduo. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
LACAN, J. Nota sobre a criança. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
LACAN, J. Alocução sobre as psicoses das crianças. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
LACAN, J. Televisão. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
LACAN, J. O objeto da psicanálise. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
LACAN, J. De Hans-o-fetiche a Leonardo no espelho. In: Seminário livro 4: a relação de Objeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
MILLER, J-A. Os seis paradigmas do gozo. In: Opção Lacaniana online nova série Ano 3 • Número 7 • março 2012. Disxponível em: http://opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_7/Os_seis_paradigmas_do_gozo.pdf