Autora: Melissa Ágda da Silva
Resumo: No presente trabalho, se propôs discutir e pensar a dimensão psíquica da questão racial no Brasil e os efeitos do racismo sobre a subjetividade do falasser marcado pelo traço de cor de sua pele, que não separa dos implacáveis sentidos que configuram o racismo e a discriminação, segundo as vivências e experiências das mulheres negras. A partir do arcabouço da psicanálise dialogando com outros campos do saber, buscou-se investigar como a mulher negra se relaciona com os significantes da cultura, articulados pelo laço social, como cria e molda sua subjetividade a partir dos discursos fundados na interação da linguagem e os significados que produz. Para tanto, foram utilizadas vinhetas clínicas como ilustração, atuando como disparadoras da discussão do tema debatido. Com isso, levantou-se a hipótese de que as marcas psíquicas ocasionadas pela imersão no discurso racista não são simplesmente resultado de uma introjeção das experiências de discriminação, e também não podem ser explicadas somente sob o olhar do assujeitamento ao lugar de inferioridade social e econômica, mas se fixam no sujeito como efeito do discurso, pois ele se constitui na relação com o Outro por meio da linguagem. Por fim, pretendeu-se chamar a atenção para o silenciamento dos psicanalistas brasileiros ante a questão racial no Brasil, buscando evidenciar o papel fundamental da psicanálise na abordagem dos efeitos do racismo na atualidade e na realidade brasileira.
Palavras-chaves: racismo; segregação; psicanálise; constituição subjetiva; mulheres negras
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