2019 – 2º semestre
BIOPOLÍTICA E O CORPO NO ÚLTIMO ENSINO DE LACAN
“A biopolítica submete o corpo a golpes de imagens e de slogans, mas este sempre escapa às identificações prontas para revesti-lo. O gozo o transborda, o surpreende, o traumatiza e a psicanálise o acolhe pelo que fala desse encontro traumático” (É. Laurent, 2016)
Na época do Outro que não existe, do império das tecnociências e da virtualidade das relações, quais os efeitos das novas formas de disciplinarização dos corpos e do empuxo à múltiplas vias de gozo?
Neste ano, seguimos nossa pesquisa em torno do estatuto do corpo no último ensino de Lacan. Para tanto, optamos pelo trabalho de leitura e disciplina do comentário das elaborações de Éric Laurent em seu curso ‘O avesso da biopolítica: uma escrita para o gozo’. O trabalho sobre o texto é entremeado pela discussão de casos clínicos e projetos de pesquisa.
Coordenação
Eliane Costa Dias e Niraldo de Oliveira Santos
- Frequência: Terça-feira (quinzenal), de 20h30 às 22h00
Início: 13 de Agosto de 2019
Inscrição: mediante contato com a coordenação
Referência principal:
Laurent, É. O avesso da biopolítica. Uma escrita para o gozo. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2006.
Complementar:
Lacan, J. Seminário livro 23: O Sinthoma (1975-76). Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
_______ Joyce, o sintoma. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 2003, p. 560-566. Laurent, É. O avesso da biopolítica. Uma escrita para o gozo. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2006.
_______ O traumatismo do final da política e das identidades. Opção Lacaniana online, ano 9, nº 25 e 26, março e julho de 2018.
Miller, J-A. Todo el mundo es loco. (Los cursos psicoanalíticos de Jacques-Alain Miller 2007-2008). Buenos Aires: Paidós, 2015.
________ Perspectivas do seminário 23 de Lacan. O Sinthoma. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
________ Ler um sintoma (2008). Disponível in:
http://ampblog2006.blogspot.com.br/2011/08/jacques-alain-miller-ler-umsintoma.html
Philippi, Jeanine N., A imitação estética daquilo que já se anuncia como desastre…
(Conferência proferida durante evento da EBP-SC em 2018). Texto cedido pela autora.
NÚCLEO DE PESQUISA E LEITURA SOBRE APRESENTAÇÃO DE PACIENTES E PSICOSE 2019
“Para que a psicose se desencadeie, é preciso que o Nome-do-Pai, verworfen, foracluído, isto é, jamais advindo no lugar do Outro, seja ali invocado em oposição simbólica ao sujeito…” In: Escritos, p.584.
Temos aqui a primeira formalização teórica da psicose desencadeada.
Lacan constrói uma clínica binária, descontinuísta, baseada na presença (Behajung) ou ausência (Verwerfung) do significante Nome-do-Pai.
Partindo da teoria da foraclusão do Nome-do-Pai, podemos acompanhar o desenvolvimento feito por Lacan no texto “De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose” (1957-1958), o que acontece depois do desencadeamento e o que pensar nas possíveis estabilizações frente à invasão do grande Outro. A primeira formalização a respeito da psicose em Lacan tem como paradigma o caso Schreber.
Nesse semestre, o Núcleo de AP pretende se debruçar na leitura do texto “De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose”, (dez. 1957- jan.1958).
O Núcleo de Pesquisa e Leitura sobre Apresentação de Pacientes e Psicose continua a marcar, com seu ritmo quinzenal, um caminho feito de um constante debruçar sobre a leitura e a pesquisa em psicanálise, na esperança de que questões sobre as Psicoses possam ser trabalhadas.
Os eixos temáticos em torno dos quais giram os textos e a pesquisa são a foraclusão, o desencadeamento, os esquemas R e I, a clínica binária, a clínica atual.
Bem vindos!
Marizilda Paulino
Perpétua Medrado
As reuniões do Núcleo de Pesquisa e Leitura sobre Apresentação de Pacientes e Psicose acontecem às sextas-feiras, das 16:00 às 17:30 na sede da CLIPP, à Rua Cardoso de Almeida, nº 60, conj. 113.
Para participar não é necessário ter frequentado o 1º semestre.
Datas: Agosto: 02, 16 e 30; Setembro: 27; Outubro: 04 e 18; Novembro: 01 e 29.
NÚCLEO DE PSICANÁLISE E FILOSOFIA – 2° SEMESTRE/2019
Tema: A FILOSOFIA NOS ESCRITOS DE LACAN
UM ESTUDO DOS CONCEITOS VEICULADOS NOS ESCRITOS.
A filosofia, desde seus primórdios, buscou entender as condições de possibilidade do conhecimento humano, vivenciou o paulatino desprendimento de ramos do saber; das matemáticas à psicologia e, recentemente, da psicanálise. No entanto, a filosofia parece sempre servir como epistemologia de base, garantindo o raciocínio lógico necessário ao desenvolvimento de conceitos específicos a cada ciência.
Faz-se necessário considerar que psicanálise e filosofia são discursos diferentes, e apresentam uma tensão de origem: psicanálise se constrói com a descoberta do inconsciente, ao passo que filosofia está associada à ideia da vida psíquica racional e consciente.
A relação de Freud com a filosofia é polêmica, aparecendo como desejo e recusa ao mesmo tempo, mas pode-se dizer que há quase fascinação em Lacan; ele recorre constantemente a filósofos e suas teorias, como apoio a conceitos psicanalíticos desenvolvidos durante uma vida de prática analítica. Há várias tentativas de sua parte em dialogar com a filosofia, através de contemporâneos como Sartre, Merleau-Ponty, Kojève, Hyppolitte, Ricoeur, os (então jovens) filósofos da “Escola Normal Superior”, além de, naturalmente, filósofos clássicos.
A proposta do Núcleo de Filosofia neste semestre é examinar conceitos psicanalíticos veiculados nos Escritos de Lacan, em sua relação com diferentes filósofos e suas teorias.
Iniciaremos com o diálogo de Lacan com Platão, trabalhando conceitos relacionados à fantasia, agalma, objeto a.
COORDENAÇÃO
- LOCAL: Rua Cardoso de Almeida, 60 – conjunto 111.
- DATA DE INÍCIO: 19/8/2019 – quinzenal, segundas-feiras.
- HORÁRIO: 18h30.
- COORDENAÇÃO: M. Bernadette S. S. Pitteri e Paula C.V. Caio de Carvalho.
- BIBLIOGRAFIA: Lacan, J. Escritos; Platão, O Banquete.
Observação: A Bibliografia completa será fornecida no decorrer dos encontros