NÚCLEOS DE PESQUISA
Local das atividades dos Núcleos de Pesquisas da CLIPP: Rua Cardoso de Almeida, 60, Conj. 111 e 113.
Informações: (11) 3864.7023 ou psicanalise.clipp@gmail.com
2022 – 2º semestre
NÚCLEOS DE PESQUISA
Os Núcleos de Pesquisa buscam aprofundar os conceitos psicanalíticos. As propostas dos núcleos de psicanálise para o próximo semestre estão listadas abaixo.
NÚCLEO DE PSICANÁLISE E FILOSOFIA O SABER DO PSICANALISTA
O tema proposto por Lacan foi ministrado através de uma série de seminários mensais, aos internos de psiquiatria do Hospital Sainte-Anne. Os três primeiros encontros foram editados e publicados por Jacques-Alain Miller em “Estou falando com as paredes”.
Na mesma época, Lacan ofereceu o Seminário 19 “… ou pior”, na Faculdade de Direito que, editado por Miller, nele inseriu como Palestras, a continuidade do Seminário de Sainte-Anne: capítulos V, VII, XI e XIV.
No primeiro encontro do Seminário O Saber do Psicanalista, “Saber, Ignorância, Verdade e Gozo”, Lacan propõe a ignorância como única paixão (colocada enquanto paixão do ser, ao lado do amor e do ódio) que convém ao analista. E ele menciona Nicolau de Cusa (1401/1464), autor de De Docta Ignorantiaque, como bom platônico adepto das matemáticas, observava ser a ignorância douta o mais elevado saber a que podia aspirar o ser humano.
Mas se ao analista cabe a paixão da ignorância, qual seria o saber que poderia conduzi-lo à esta?
Do “só sei que nada sei” socrático, passando pela douta ignorância do Cardeal de Cusa para chegar a Freud e a Lacan, investigaremos a paixão única que cabe ao analista, se analista houver, que oferece a quem o procura em sofrimento, sua ignorância sobre o sujeito, para que este confesse seu desejo nos interstícios do gozo: saber sob transferência, numa posição anti-identitária ao discurso do mestre.
COORDENAÇÃO: Márcia Barbeito, M. Bernadette S. de S. Pitteri
DATAS: Agosto: 15/29; Setembro: 12/26; Outubro: 10/24; Novembro: 7/21.
BIBLIOGRAFIA
Cusa, Nicolau de. Docta Ignorantia. Tradução, introdução e notas de João Maria André. Lisboa: Edição da Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
Freud, Sigmund.A Dinâmica da Transferência (1912); Observações sobre o amor de transferência (1915. Vol. 10. São Paulo: Cia das Letras, 2010.
Lacan, Jacques. Estou falando com as paredes (Je parle aux murs). Jorge Zahar Ed, 2011. _ _____________.O Seminário – livro 19 – “ … ou pior”. Rio de Janeiro, Zahar, 2012. (Palestras:Cap V-Topologia da fala; Cap VII-A Parceira Desvanecida; Cap XI – História de Uns; Cap XIV – Teoria das Quatro fórmulas).
______________.“O Saber do Psicanalista; In: https://doceru.com/doc/
Laurent, Eric.As Paixões do Ser. Publicação da Escola Brasileira de Psicanálise-Bahia e Instituto de Psicanálise da Bahia, Salvador. Bahia: novembro de 2000.
Pitteri, M. Bernadette S. S.Douta Ignorância, Subversão da Verdade, Subversão do Saber. In: https://ebp.org.br/sp/
Platão.Defesa de Sócrates. In: Sócrates. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
NÚCLEO DE PESQUISA DE PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO O SEMINÁRIO 20 – MAIS, AINDA – O AMOR, O GOZO E A SEXUAÇÃO EM LACAN
Nesse segundo semestre de 2022 daremos continuidade no NUPPE ao O Seminário 20 –
Mais ainda. Ele foi pronunciado entre 12 de dezembro de 1972 e 26 de junho de 1973. Sua capa se refere a uma escultura de Gian Lorenzo Bernini – O êxtase de Santa
Tereza D`Avila.
O Seminário 20 – Mais, Ainda ocupa um lugar estratégico na obra de Lacan. Segundo Jacques-Alain Miller ele faz a passagem do último ensino de Lacan para o ultimíssimo
ensino através de O Seminário O Sinthoma – Seminário XXIII.
No Seminário 20 – Mais, Ainda certos temas são estratégicos: o significante, o significado, o gozo fálico, o gozo do Outro, o Outro gozo ou gozo suplementar, o amor, o feminino, etc.
Há também uma leitura feita por Lacan dos quatro discursos: discurso do mestre, discurso da universidade, discurso da histérica e discurso analítico. É uma discussão importantíssima das tábuas da sexuação e seus efeitos nos dias atuais.
Coordenação: Leny Magalhães Mrech
Atividade online via plataforma ZOOM, aulas quinzenais às segundas-feiras, das 16h30 às 18h00
Inscrição: psicanalise.clipp@gmail.com
Seleção mediante entrevista com a coordenação
PROGRAMA
08/08 – Capítulo V – Aristóteles e Freud: A Outra Satisfação – retomada do
Seminário XX – Mais, Ainda.
22/08 – Capítulo VI – Deus e o Gozo Feminino
05/09 – Capítulo VII – Letra de uma Carta de Almor
19/09 – Capítulo VIII – O Saber e a Verdade
31/10 – Capítulo XI – Do Barroco
14/11 – Capítulo X – Rodinhas de Barbante
27/11 – Capítulo XI – O Rato no Labirinto
Bibliografia Básica:
LACAN, Jacques. O Seminário 17 – O Avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1992.
__________________. O Seminário 20 – Mais, Ainda. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 1982.
———————-. O Seminário livro 23 – O Sinthoma. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2007.
MILLER, Jacques-Alain. Perspectivas sobre o Seminário 23. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2009
______________________. El Ultimissimo Lacan – Los cursos psicoanalíticos de Jacques-Alain Miller. –
Buenos Aires, Paidós, 2012.
NÚCLEO DE PESQUISA E LEITURA SOBRE APRESENTAÇÃO DE PACIENTES E PSICOSE 2022
“O ensino de Lacan permite-nos formular que o delírio é um discurso articulado. Trata-se de uma combinação de elementos onde a intenção de situar o fenômeno elementar assume um valor, um sentido: destacar no conjunto do discurso delirante os elementos mínimos, os elementos primeiros a partir dos quais foi construído, desenvolvido e elaborado o resto.”
Na clínica das psicoses o analista testemunha a transferência, o cotidiano da clínica, o
desencadeamento, a busca dos elementos mínimos, os detalhes para fazer o diagnóstico, ou seja, manifestações discretas da psicose, diferentes daquelas ensinadas por Freud e, posteriormente, por Lacan no que diz respeito à paranoia.
Neste segundo semestre o Núcleo de Apresentação de Pacientes e Psicose continua com as discussões de caso de Apresentação de Pacientes feita por Jacques Lacan em 1976 e outra feita pela Seção Clínica da CLIPP por Sandra Grostein. Isso nos possibilitará discutir a importância da Apresentação de Pacientes para a formação do psicanalista, a construção do caso, além das questões diagnósticas e de tratamento.
Coordenação: Marizilda Paulino e Perpétua Medrado Gonçalves
Atividade online via plataforma ZOOM, aulas quinzenais às sextas-feiras, das 16h00 às 17h30 ·
Inscrição: psicanalise.clipp@gmail.com
Seleção mediante entrevista com a coordenação
05/08 – Um convite a Conversação e a Discussão de Casos
Comentario de um fragmento de “Puntuaciones psicoanalíticas sobre un caso de paranoia (Dementia paranoides) descrito autobiográficamente”.
Apresentação: Márcia Barbeito
19/08 – De uma comprensión al rigor de uma lógica de la estructura
Apresentação: Maria Cristina Felizola
02/09 – Fenómenos elementales y delírio en la tesis doctoral de Jacques Lacan
Apresentação: Olenice Gonçalves
16/09 – Caso clínico: “Yo era el hombre de un padre”
30/09 – Discussão do caso
14/10 – Caso de AP de Lacan O caso de Mademoiselle B
28/10 – Discussão do caso
11/11 – Caso de A P da CLIPP
18/11 – Discussão do caso
Bibliografia básica
– MILLER, J-A. El saber delirante, Buenos Aires: Paidós, 2005.
– MILLER, J-A. Cuando el Outro es malo… Buenos Aires: Paidós, 2011.
– FREUD, S. Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranoia
(Dementia paranoides) (1911) ] Edição standard brasileira das obras psicológicas completas.
Rio de Janeiro: Imago, 1980. v. XII, pp.94 e 95 (fragmento escolhido)
– LACAN, J. Da psicose paranoica em suas relações com a personalidade. Rio de Janeiro: Forense-
Universitária, 1987.
NÚCLEO DE PESQUISA: PSICANÁLISE E MEDICINA 2° SEMESTRE 2022
Os tempos que correm e a política do sintoma
“Todo mundo é louco, quer dizer, delirante” (Lacan, 1979)
Para este ano, seguimos com a proposta de extrair consequências do último ensino de Lacan que nos permitam sustentar uma clínica e uma política da psicanálise à altura da subjetividade de nossa época.
Em tempos de ascensão do objeto a, de aceleração da civilização e de discursos totalitaristas, das neuro-tecnociências e das religiões, como levar adiante o discurso analítico, orientado por uma política do sintoma e por uma ética da singularidade, do saber-fazer com o gozo?
Nessa tarefa, seguimos com a leitura das lições de J-A. Miller em seu Curso da Orientação Lacaniana de 2007-2008: Todo mundo é louco.
Coordenação: Eliane Costa Dias e Niraldo de Oliveira Santos
Atividade online – via plataforma Zoom. Terças-feiras (mensal), de 20h30 às 22h00.
Início: 16/08. (Solicitação de participação mediante entrevista com a coordenação)
Informações e inscrições: psicanalise.clipp@gmail.com
16/08 – Ideología TCC e a política da felicidade. (Lição XV).
13/09 – O gozo opaco do sintoma. (Lição XVI)
18/10 – A bússola do último ensino de Lacan. (Lição XVII)
08/11 – Cada um em seu mundo. Variedade. O sonho do “para todo x”. (Lição XVIII)
NÚCLEO: PSICANÁLISE E TOXICOMANIA
As reuniões serão entre 10 e 11:30 e o tema será o mesmo: apresentação de casos
20/08 – Apresentação de casos;
17/09 – Apresentação de casos;
28/10 – Apresentação de casos;
25/11 – Apresentação de casos;
Coordenação: Durval Mazzei Nogueira Filho e Angelino Bozzini.
NEPPSI – NÚCLEO DE ENSINO E PESQUISA DE PSICOPATOLOGIA E PSICANÁLISE. ESTUDOS SOBRE O CRIME
PSICANÁLISE EM TEMPOS DE GUERRA
Em tempos de guerra ocorrem modificações nas condições de exercício, na técnica, na clínica, na política e na teoria da psicanálise na medida em que é confrontada com novas configurações políticas, sociais, militares, jurídicas, culturais, sanitárias, tecnológicas, ideológicas, i. é., com mudanças profundas no campo do grande Outro (A).
13/8 – A extrema direita e a psicologia de massas;
27/8 – A extrema direita e a psicologia de massas;
Sábados, quinzenalmente, das 10 às 12 h
Referencias bibliográficas:
Psicologia de Massas e Análise do Eu – S. Freud
O Mal Estar na Civilização – S. Freud
Para Alem do Princípio do Prazer – S, Freud
Origens do totalitarismo – H. Arendt
Psicologia de Massas do Fascismo – W. Reich
Estudos da Personalidade Autoritária – T Adorno
Coordenação: Ariel Bogochvol
NÚCLEO DE PESQUISAS EM PSICANÁLISE E ATENDIMENTO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA CLIPP
Tema do semestre: O diagnóstico na clínica com crianças e a família hoje
Neste semestre iremos trabalhar o sintoma desde Freud até Lacan, do primeiro ensino ao ultimíssimo, e pensar o diagnóstico na clínica com crianças, tendo como referência a passagem do interpretar o sintoma para ler o sinthoma.
Na Medicina, o sintoma é classificado e tem de ser eliminado ou minimizado a partir do uso da medicação. Na Psicanálise, o sintoma é constitutivo do sujeito e não é da ordem da disfuncionalidade e sim do particular de cada um.
Outro tema que será trabalhado é a investigação da família na atualidade, cujo principal texto é do Daniel Roy “Pais exasperados – crianças terríveis”. Nosso objetivo será verificar quais consequências que as novas configurações familiares trazem para a constituição subjetiva das crianças.
A Psicanálise se propõe a lidar com o mal-estar que se manifesta através dos sintomas que são próprios de cada época.
O que é próprio de nossa época?
O avanço do capitalismo e da ciência geram um mercado globalizado, com um ideal de universalidade, que não dá lugar ao particular de cada sujeito. “…O real do gozo vem, assim, ‘se imprimir’ por debaixo na trama do discurso e dar uma nova perspectiva ao sintoma, aquela de um real irredutível entre pais e crianças que os une e os separa, “a um ponto de ‘não se fala disso’ presente em cada família.” (Miller J.-A., Assuntos de família no inconsciente. Extraído de Asephallus, Revista eletrônica do Núcleo Sephora, v. 2 nº 4, maio a outubro, 2007.)
Os interessados em participar do Núcleo devem entrar em contato com uma
das coordenadoras para agendar uma entrevista.
Datas dos encontros do 2° semestre de 2022
12/08: As conferências de Freud sobre o sintoma e o sintoma de Lacan
26/08: Diagnóstico
09/09: A questão da medicalização na infância
30/09: O sinthoma na criança
14/10: Pais exasperados – crianças terríveis
28/10: Pais exasperados – crianças terríveis
11/11: Convidado
02/12: Avaliação
Periodicidade: Quinzenal, sextas-feiras – das 11:00h às 12:30h – Online
Informações: 11-3864.7023 com Dolores
Coordenação: Célia M. B. Siqueira – Luciana Carvalho Rabelo – Maria Cristina Merlin Felizola
SEMINÁRIO DE LEITURA
“O sintoma é o que de mais real a psicanálise nos dá”
O sintoma em suas faces de sentido e de gozo, examinadas por Jacques-Alain Miller no
capítulo 28 (Seminário sobre as vias de formação dos sintomas) do livro Introducción a
la Clínica Lacaniana, é explorado desde as conferências XVII e XXIII de Freud. Este percurso conduz ao estatuto de real do sintoma também desenvolvido por Miller em “Ler um sintoma”, que inspirará nossas elaborações desse semestre.
Neste texto, Miller afirma que “o bem dizer próprio da psicanálise se funda em saber ler”. De que se trata saber ler um sintoma? Esta pergunta nos levará a investigar a ontologia na psicanálise em contraposição ao Um; os fundamentos do termo semblante e do real, como aquilo que seria um “para além” do semblante, e as vicissitudes do gozo no ser falante.
A psicanálise não é somente escuta, mas também leitura. Pretendemos percorrer o caminho que leva da escuta do sintoma, que diz respeito à linguagem, ao ser, ao sentido e, portanto, à interpretação, à leitura do sintoma, que remete ao real, ao gozo, ao Um, ao fora de sentido e, finalmente, à letra. Evidentemente, visitando Freud em sua leitura do sintoma a partir da 2ª tópica.
Portanto, leremos Freud e Lacan em suas últimas elaborações sobre esse conceito que acompanha toda a psicanálise, enquanto conceito e enquanto experiência analítica.
Coordenação: Carmen Silvia Cervelatti e Daniela de Camargo Barros Affonso
Frequência: quinzenal, às quintas-feiras das 20h30 às 22h30
Formato: On-line
Data de início: 11 de agosto (Dias previstos: 25 de agosto, 8 e 22 de setembro, 6 e 20
de outubro, 3 e 17 de novembro e 1° de dezembro)
Informações e inscrições: psicanalise.clipp@gmail.com Tel: (11) 3864.7023
Bibliografia
FREUD, S. “O sentido dos sintomas”. In: Obras Completas, volume 13: Conferências
introdutórias à psicanálise (1916-1917). São Paulo: Companhia das Letras, 2014. Conferência 17, p. 343-364.
FREUD, S. “Os caminhos da formação de sintomas”. In: Obras Completas, volume 13:
Conferências introdutórias à psicanálise (1916-1917). São Paulo: Companhia das Letras, 2014. Conferência 23, p. 475-500.
FREUD, S. “Inibição, sintoma e angústia”. In: Obras Completas, volume 17 (1926-1929). São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 13-123.
LACAN, J. “Conferência em Genebra sobre o sintoma”. In: Opção Lacaniana, número 23, 1998, p. 6.
LACAN, J. O Seminário, livro23: o sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2007.
MILLER, J.-A. “Seminario sobre las vías de formación de los síntomas (1996)”. In: Introducción a la clínica lacaniana. Conferencias em España. Escuela Lacaniana de psicoanálisis, RBA Libros S. A., 2007, pp. 453 a 486.
MILLER, J.-A. “Ler um sintoma”. In: Opção Lacaniana 70, junho 2015, p. 18.
CUSTO DAS ATIVIDADES
Quinzenais: R$300,00 (semestralidade) | Mensais: R$150,00 (semestralidade)