Daniela de Camargo Barros Affonso (CLIPP/EBP/AMP)

Editar é um ato político. A cada passo na construção da Revista Cairel constato como se trata, antes de tudo, de um trabalho cuja essência é a política. A política pensada como a possibilidade de existir em conjunto. O ser humano é um animal político, disse Aristóteles, o que implica sermos seres sociais por natureza, buscarmos continuamente algo comum, compartilhado. O inconsciente é a política, disse Lacan; é o discurso do Outro.

Tecer fio por fio a Revista Cairel é percorrer os meandros daquilo que a Clipp produz hoje e produziu ao longo dos anos; ir ao encontro de momentos muitas vezes esquecidos, gravações guardadas no fundo das gavetas; fazer um esforço conjunto de memória, procurando traçar caminhos já trilhados, mas escondidos num canto longínquo da lembrança. É enfrentar a árdua tarefa de supor o que vale a pena tornar público de tudo o que se realizou, e saber que o fracasso é inevitável, pois a cada escolha, tantas outras possibilidades, tão boas ou melhores, ficam relegadas.

 

Nota: a versão completa deste texto se encontra na Revista Cairel.

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