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  • Tel.: (11) 3864.7023

O TRABALHO PSICANALÍTICO COM CRIANÇAS

 

Carlos Amorales

 

Célia M. B. Siqueira(CLIPP)

Luciana Carvalho Rabelo (CLIPP)

Maria Cristina Merlin Felizola (CLIPP)

 

O trabalho psicanalítico com crianças iniciou-se com O Caso Hans i. Freud teve um único encontro com Hans, pois o caso foi conduzido por seu pai que era médico, analisando de Freud e seguidor de suas teorias.

O pai de Hans relatava todas suas impressões sobre a criança e seguia as intervenções feitas por Freud. Mesmo assim, Hans tornou-se paradigma de análise de crianças.

Freud já havia escrito Os Três Ensaios da sexualidade Infantil ii onde desenvolveu alguns pontos sobre a sexualidade das crianças como: o instinto de saber, o enigma da esfinge, o complexo de castração e a inveja do pênis, a teoria sobre o nascimento e a concepção sádica do ato sexual. A partir deste trabalho, ele afirmou que a sexualidade infantil seria impulsionadora dos sintomas neuróticos e pode ser trabalhada nos adultos. Também seria a possibilidade de observar nas crianças, em primeira mão e com todo frescor da vida, os impulsos e desejos sexuais que tão laboriosamente seriam desenterrados nos adultos posteriormente, em seus inconscientes, entre eles o complexo de Édipo.

Desde Freud até nossos dias, muito se produziu sobre o tema, porém desvios graves da prática analítica acabaram por desprezar a novidade de suas descobertas e teorizações iniciais, como a noção da estrutura do desejo e do sexual no inconsciente, pois apostou-se mais nas inter-relações ou no relacionamento bi pessoal.

Lacan em sua fala no final das Jornadas sobre a Infância Alienada, organizada por Maud Manoni em 1967, onde um grupo renomado de psicanalistas de crianças se reuniu, apontou para o fato de que em nenhum momento se falou em “gozo”, pois em psicanálise, trata-se de gozo sexual. Em função desta posição da Psicanálise, o ocupar-se dos filhos nada tem a ver com uma atividade educativa ou sublimada, mas com o fato de a criança ocupar o lugar de condensador de gozo.

O gozo é um conceito que sofre transformações ao longo do ensino de Lacan, mas está referido ao Das Ding freudiano, algo anterior a todo significante. O gozo está na Coisa enquanto o desejo está do lado do Outro, sendo assim, o gozo não passa pelo Outro, não passa pela linguagem.

Esta é a proposta de Nosso Núcleo para este semestre: pretendemos abordar as faces envolvidas no cotidiano da clínica com crianças.

 

Inscrições na atividade: psicanálise.clipp@gmail.com

 

i Freud, Sigmund: O Caso Hans. Rio de Janeiro: Imago., (19)

 

ii Idem, Os Três Ensaios da sexualidade Infantil. Rio de Janeiro: Imago., (19)