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Editorial Hades #21

EDITORIAL HADES #21

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri 

HADES, revista da CLIPP que objetiva publicar conteúdos autorais, produzidos pelos associados e convidados, com rigor epistêmico, e a partir da orientação lacaniana, lançou, para esta edição, um convite que propunha abordar a política lacaniana e suas ressonâncias, questão que engloba inconsciente e política, tema enraizado no ensino de Lacan desde seus primórdios, segundo Miller.

Para Lacan, o sujeito do inconsciente se articula ao Outro (a estrutura de linguagem que nos atravessa) e, sendo o inconsciente estruturado como uma linguagem, o “discurso do Outro” implica o laço social que permite a transferência e possibilita a experiência da Psicanálise. Nesse sentido, o inconsciente é transindividual, arrancado de uma esfera solipsista e jogado na pólis, levando o psicanalista a não prescindir da política.

A redação recebeu, com agradável surpresa, sete excelentes contribuições de nossos associados, abordando a questão sob pontos de vista os mais diversos.

Durval Mazzei, de modo claro e didático, expõe a questão da política na sociedade em geral e em relação aos psicanalistas em particular; Vera Lúcia Dias, passando pela trilha da política lacaniana, conclui quanto à necessidade de o psicanalista interessar-se pela política; Emanuelle Garmes nos fala de “farmacocracia” e do marketing do medo, do qual se aproveitam os laboratórios; João Paulo Desconci, a partir do “Saber do Psicanalista” teoriza sobre a política da psicanálise em relação ao ensino; Cláudio Ivan Bezerra examina o problema em relação à máquina de propaganda política ligada aos meios digitais; Leny Magalhães Mrech volta-se para a questão dos povos originários e da falta de políticas públicas em nosso país direcionadas a eles; Sônia Perazzolo discute termos e pesquisas relacionadas à “questão trans” e como a psicanálise se coloca neste campo.

Convidamos todos a partilhar destas leituras instrutivas, instigantes, e que nos abrem questionamentos.