PRIMEIRO SEMESTRE 2025

 

Toxicomanias

A toxicomania está presente no discurso analítico desde as cartas de Freud a Fliess: a protomania, a repetição masturbatória original. A sacação freudiana traz, em seu bojo, qual o lugar que a toxicomania ocupa na economia libidinal de um sujeito: satisfação tendo como agente e outro o corpo próprio. Ora, se o agente e o outro, linha superior dos laços sociais, é o si mesmo dispensado está o Outro, o código, a linguagem e um novo laço social está criado. Mais próximo, então, o sujeito está do gozo, da repetição sem criatividade, do que do desejo e, do para além da demanda. Um novo laço social está, deste modo, constituído. A característica deste novo laço é a hipostasia do Um, restando apenas a pragmática da busca pela droga como o que põe em cena a pálida figura do outro.

Um sujeito com essa marca pode por pressão dos circunstantes ou por sacar que algo não vai bem, pode procurar a psicanálise. O que fazer?

Responde-se a esta pergunta descrevendo, dentro dos parâmetros do discurso analítico, o que acontece com o sujeito, aquele que surge entre dois significantes, no toxicômano (adicto, dependente químico) e demarcando o limite e a vantagem de colocar esse exilado do Outro no contexto da linguagem, do enigma e do desejo do analista.

Por 3 anos, desenvolvemos a perspectiva acima esclarecida. Em 2024, o Núcleo passou por outras paragens. A Antropologia, a Filosofia e o modo kleiniano de pensar foram os destaques. Neste primeiro semestre de 2025 continuaremos no caminho que salienta mais a interface do discurso analítico. Abordaremos o recente retorno dos psicodélicos à terapêutica da toxicomania e uma discussão sobre o paradoxo da terapêutica medicamentosa, onipresente no tempo que corre.

Para participar do Núcleo é imprescindível realizar, ou renovar sua inscrição junto à secretaria da Clipp através do e-mail: secretaria@clipp.org.br

A efetivação da inscrição estará sujeita à realização de uma entrevista com os coordenadores, quando solicitada por estes.

  • COORDENAÇÃO: Durval Mazzei Nogueira Filho e Angelino Bozzini.
  • PERIODICIDADE E HORÁRIO: sábado / mensal / 9h00 às 10h30
  • INÍCIO: 29/03
  • MODALIDADE: online
  • INVESTIMENTO: R$ 170,00

PROGRAMAÇÃO

MARÇO

  • 29/03 Os psicodélicos. (convidada dra Mariana Muniz)

ABRIL

  • 26/04 Psicoterapia com psicodélicos. (convidada a dra Flávia Giaffone)

MAIO

  • 31/05 – Uso dos psicofármacos: virtudes e paradoxos

JUNHO

  • 28/06 Uso dos psicofármacos: virtudes e paradoxos
Bibliografia
Nogueira Filho, DM. Toxicomanias. Escuta, São Paulo 1996. Escohotado, A. Historia de las drogas (volumes 1 e 2). Alianza Editorial, Madrid, 2002
Nery Filho, A; MacRae, E; Tavares, LA; Rêgo, M; Nuñez, MA. As drogas na contemporaneidade: perspectivas clínicas e culturais.. EDUFBA:CETAD, Salvador, 2012
Frances, Allen. Somos todos enfermos mentales? Manifiesto contra los abusos de la psiquiatria. Ariel – Editora Paidós, Buenos Aires, 2014
Dworkin, R W. Felicidade artificial. O lado negro da nova classe feliz.Planeta, São Paulo, 2007