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HADES – CLIPP em Notícias #5

Editorial #5
cabecalho-hades
EDITORIAL #05 | 25 de março de 2021 – www.clipp.org.br

Paula Caio de Carvalho

Caros leitores,

 

Apresentamos a vocês o Boletim Hades #5. Continuamos na situação pandêmica, mas sempre causados para que a psicanálise continue viva, insistindo e persistindo no trabalho. Nessa edição que acontece quase concomitante ao dia da poesia que foi o 21 de março, temos que ela, a poesia, perpassou algumas elaborações e foi sua protagonista, bem como a função da fala e o campo da linguagem, de modo diferente, fazem suas aparições nos textos.

Maria Bernadette Pitteri em “Todos deliramos – Forclusão generalizada” nos leva a refletir sobre o aforisma nietzschiano “Deus está morto” e como ele está inserido na contemporaneidade do “todos deliramos”; Carmen Silvia Cervelatti retoma o caso freudiano “homem dos lobos”, tema do curso de formação neste semestre, à luz da compulsão amorosa; José Wilson R. Braga Jr mostra como a poesia de Manoel de Barros despertou seu interesse por desbravar o conceito de lalíngua e seus desdobramentos conceituais valendo-se da linguagem poética para destrinçá-los.

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PSICANÁLISE E CONTEMPORANEIDADE

“TODOS DELIRAMOS” FORCLUSÃO GENERALIZADA

 

Maria Bernadette Soares de Sant´AnaPitteri (EBP/AMP)

O esgarçamento do Nome-do-Pai, a queda da Metáfora Paterna, arranca de Lacan: “Todo mundo é louco, isto é, delirante”i, o que estende a loucura a todos os seres falantes; se alguém é falante, está localizado na “loucura generalizada”. Ao dizer que todo mundo é louco, Lacan não está falando em psicose, uma das estruturas mentais (neurose, psicose, perversão) desenvolvida a partir da doutrina freudiana, que traz o inconsciente suposto por suas formações: sonho, lapso, chiste, ato falho e sintomaii iii.

Lacan, no Seminário 3, As Psicoses, trabalha de modo surpreendentemente claro as estruturas freudianas, reanalisando as “Memórias de um Doente dos Nervos” trabalhado por Freud em o “Caso Schreber”. Enquanto Freud dizia que a Psicanálise não se aplicava à psicose, Lacan afirma que “não devemos recuar diante da psicose”. Ou seja, se o modelo de tratamento analítico em Freud é a neurose, em Lacan é a psicose, e as consequências em função desta escolha não são poucas. Mas não é de psicose que se trata na forclusão generalizada.

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ENSINO

UM AMOR COMPULSIVO 

 

Carmen Silvia Cervelatti (EBP/AMP)

 

[manuscrito da Sigmund Freud Collection]

O enigma do amor é o despertar do elemento infantil”

Para Freud, além de uma dissimetria fundamental na parceria – signo do impossível –, há um automaton1 no amor configurado em equivalência, imaginária ou simbólica, a um objeto fundamental, constante. Trata-se de um amor repetitivo, reeditado pelo sujeito no decorrer de sua vida, depois do período de latência, quando o Édipo pousou seus efeitos. No amor se diferenciam dois tipos de escolha objetal: o sujeito mesmo (narcísica) ou alguém mais forte que ele, o pai ou a mãe (anaclítica).

Nas neuroses, a fantasia fornece o enquadramento que secreta ficções apoiadas na relação a esse objeto fundamental, enquanto que nas psicoses a falta de inscrição do Nome-do-pai traz consequências importantes na vivência do amor.

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PESQUISA

D’A LÍNGUA MÃE À LINGUA-MÃE 

José Wilson R. Braga Júnior (CLIPP)

Outras línguas sempre despertaram em mim certo fascínio, uma mistura de curiosidade e entusiasmo em decifrar seus enigmas e capturar o sentido. Talvez essa atração tenha relação com uma lembrança feliz que me invadiu enquanto escrevia esse texto: quando criança brincava com letras em cartolina colorida espalhadas pelo chão, e que tinham sido confeccionadas de forma artesanal pela minha mãe. Ela me ensinava a construir sílabas, palavras e frases em diversas cores – inúmeras possibilidades carregadas de afetos.

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RESSONÂNCIAS

HÁ UM NOVO SABER NO REAL?

Alessandra Fabbri (CLIPP)

O documentário “O dilema das redes” de Jeff Orlowisk, ao expor a relação que estamos desenvolvendo com a expansão da tecnologia nas interações sociais, indaga sobre a inteligência artificial das máquinas e seus efeitos sobre nós.

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RESSONÂNCIAS

O GRITO SILENCIOSO E A VOZ ESCRITA

M. Cecilia Branco de S L (CLIPP)

Recentemente, foi desvendado um enigma relativo à pintura O Grito, de Edward Munch. A frase “Só pode ter sido pintado por um louco”, escrita a lápis entre as tintas, é de autoria do pintor. Mesmo tendo sido acrescentada após uma exposição incompreendida, que gerou controvérsias sobre o estado mental do artista,

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RESSONÂNCIAS

PERCALÇOS E POSSIBILIDADES 

Carlos Ferraz Batista (CLIPP)

O poema No meio do caminho permite um enlace da arte com a psicanálise. O adágio lacaniano de que a verdade tem estrutura de ficção possui pertinência, pois desvela o sujeito e abre a via do indizível, cuja singeleza se constitui em uma caixa de ressonâncias.

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RESSONÂNCIAS

OGUNTÉ – ADRIANA CALCANHOTO

João Paulo Desconci (CLIPP)

De uma reportagem sobre um cardume anormal que passava pela Barra, no Rio, Adriana Calcanhotto produziu o single Ogunté (uma das imagens de Iemanjá). Aquela que no encontro das águas com as pedras, indomável feiticeira, representa o mar do gozo feminino diante da encosta da castração

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Boletim Eletrônico da CLIPP – Clinica Lacaniana de Atendimento e Pesquisas em Psicanálise
Coordenação Geral: Maria Bernadette Soares De Sant’Ana Pitteri.
Editora: Paula Christina Verlangieri Caio de Carvalho.
Coeditores: José Wilson Braga R. Júnior e Cláudio Ivan Bezerra
Revisora: Daniela de Camargo Barros Affonso
Comissão Científica: Marcia Barbeito, Rodrigo Camargo, Luciana Carvalho Rabelo,
Maria Cristina Merlin Felizola e Paula C. V. Caio de Carvalho.
Diretor Geral: Maria Bernadette Soares de Sant’Ana Pitteri;
Diretor de Ensino e Pesquisa: Leny Magalhães Mrech;
Diretor Secretário e Tesoureiro: Rosângela Castro Turim;
Diretor de Publicações: Maria Helena Barbosa.
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