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CLIPP nas IX Jornadas da EBP-SP – De forma clara e instigante, Niraldo Santos, associado fundador da CLIPP, nos convida à leitura dos textos num excelente editorial do boletim Traços.

O campo da transferência hoje

Por Niraldo de Oliveira Santos
(EBP/AMP)


Tunga. Instagram: @masp

É com muita alegria que publicamos o Boletim Traços #2. Com esta edição lançaremos a coluna Uns Traços, contendo a produção epistêmica dos colegas da Escola Brasileira de Psicanálise em torno do tema das IX Jornadas da EBP-SP, “Solidão”. O intuito é o de estabelecer um trabalho prévio às Jornadas, fazendo reverberar o que, a partir do Ensino de Freud e de Lacan, nos permitirá um aggiornamento em torno do tema.

Os 4 textos aqui publicados tomam como ponto de partida uma das Perspectivas do Tema, propostas pela Comissão de Orientação das Jornadas. Lucila Darrigo toma como eixo central a linha de trabalho apresentada por Lacan no Seminário 20, Mais, ainda, para mostrar que, tomando a solidão do gozo do Um – e, portanto, seguindo a marca da inexistência da relação sexual, sempre nos depararemos com a impossibilidade de fazer dois: “Há gozo, há Um, há solidão”. Kátia Nadeau recorre ao tema da solidão na histeria para questionar as possibilidades de nos depararmos na clínica com a histeria que não teria mais o pai como parceiro-sintoma. Teríamos, então, uma histeria “desconectada do sentido (…) e reduzida à pura repetição de UM gozo”? Mônica Bueno de Camargo, em seu texto notadamente clínico, lança a pergunta sobre a direção do tratamento enfatizando, com La Sagna, que em uma análise “a solidão não é algo para eliminar, mas sim para construir”. Blanca Musachi enlaça a história de três mulheres: Marguerite Duras, Sor Maria e Dalila Arpin, para expor de modo poético as soluções singulares encontradas por elas para a solidão. São três traços distintos de lidar com o gozo, com destaque para Dalila Arpin, que passa de “uma triste solidão à solidão do analista, numa experiência de análise”. São textos potentes que inauguram a coluna Uns traços e que, além de mostrar o estilo de escrita de cada uma das colegas, seus traços, fornecem excelentes chaves de leitura para nosso trabalho em andamento.

Também neste número do Boletim Traços inauguramos outra coluna: “Laços em Sampa”. Ela tem o intuito de apresentar ao leitor os “aluviões” da cidade de São Paulo em termos de cultura e lazer! Gabriela Malvezzi nos apresenta excelentes propostas para não ficarmos isolados e curtirmos os festejos juninos na companhia da boa música, arte e culinária tradicional.

Boa leitura!