Vol. 5 – N. 4 – Julho de 2025

A PSICANÁLISE NA ERA DO HOMEM-EMPRESA E DO SIGNIFICANTE “NEURO”

Daniela de Camargo Barros Affonso(EBP/AMP/CLIPP)

Diante dos desfiladeiros por que passa a democracia nos dias atuais, em que se observa uma espécie de “bolsonarização” da sociedade, poder-se-ia enveredar, talvez precipitadamente, pela conclusão de que se está diante da ameaça do retorno a velhas formas do autoritarismo, numa tentativa de restaurar antigos valores corroídos pela precarização da autoridade paterna.

OBJETO MAIS-DE-GOZAR – SUPORTE CORPORAL DOS DISCURSOS

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri (CLIPP/EBP/AMP)

Lacan, partindo do “inconsciente estruturado como uma linguagem”, cria os discursos como produtores de laços sociais. Ao preferir “um discurso sem palavras”, busca a estrutura “de um discurso que não fosse semblante” , pois todos o são. Os discursos apontam para os laços sociais estruturados pela linguagem, onde figuram os impossíveis de Freud: governar, educar e psicanalisar, a que Lacan acrescenta “fazer desejar”.

AMOR DE TRANSFERÊNCIA EM TEMPOS DE AMOR LÍQUIDO

Débora Garcia (CLIPP)

Um efeito é aquilo que é produzido por uma causa – é uma consequência. Em uma das últimas reuniões do cartel do qual faço parte, fomos convidados a escrever para a manhã de Cartéis, E respondo: “eu não me lembro mais qual é a minha questão”.

SERIA O ATO ANALÍTICO UM ATO DE AMOR?

Sonia Perazzolo (CLIPP)

No seminário 20 (capítulo V, item 2) Lacan traz a fórmula: “A realidade é abordada com os aparelhos do gozo. É assim que no ser falante, o gozo é aparelhado”. Com essa fórmula, Lacan diz que esse aparelho de gozo é a linguagem. Nascemos mergulhados na linguagem.

METÁFORA, ESTRUTURA E REAL

João Paulo Desconci (CLIPP)

Miller em A topologia no ensino de Lacan (1996) visa justificar a importância e determinar o lugar da topologia em Lacan, desde o Discurso de Roma (1953/2003). Nesse texto, Lacan define a função primordial da morte como centro eferente à experiência da palavra: seu relatório apresenta “a função da fala” e “o campo da linguagem”, como “ABC… nos quais esse ensino encontra suas coordenadas, suas linhas e seu centro de referência”.

HISTERIA RÍGIDA E A MATERIALIDADE DA ESCRITA

Kátia Ribeiro Nadeau (CLIPP)

A Histeria rígida, apresentada por Lacan no Seminário livro 23, o sinthoma está inserida no capítulo “De uma falácia que testemunha o real”. A reformulação conceitual da histeria toma novos rumos durante a elaboração dos seminários 23 e 24 . Laurent aponta que, após o seminário sobre Joyce, a proposta lacaniana é ler os estudos sobre a histeria “pelo avesso”.

O GOZO DO OUTRO E A SOLUÇÃO TOPOLÓGICA

Claudio Ivan Bezerra (CLIPP)

Há uma questão epistêmica sobre o gozo do Outro para além do sintoma, do fantasma e da iminência do real. Ao mesmo tempo que sua repetição desafia no dia a dia da clínica, a espacialização do gozo do Outro parece indicar um norte para a direção do tratamento e o desvelamento pelo encontro com o traumático.

CARTÉIS: MODOS DE USO

Entrevista com Eduardo César Benedicto (EBP/AMP)

Apresenta Claudio Ivan Bezerra (CLIPP)