Editorial #10
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EDITORIAL #10 | 07 de outubro de 2021 – www.clipp.org.br
Hades #10
EDITORIAL
José Wilson R. Braga Júnior (CLIPP)
Nesta edição #10 do Boletim HADES decidimos fazer um compilado de textos selecionados do site da CLIPP – seção ATUALIDADES PSICANALÍTICAS – rubrica criada no início da pandemia com o objetivo de compartilhar, com a comunidade psicanalítica de orientação lacaniana, as contribuições de colegas do Campo Freudiano além-mar. São textos de língua inglesa publicados na revista eletrônica Lacanian Review Online cujos temas refletem questões da contemporaneidade.
Keren Ben-Hagai em ‘A existência da Mulher’ destaca o esforço teórico de Freud em torno do mistério da sexualidade feminina (o que quer uma mulher? Como a mulher se torna mulher?). Desenvolve sua pesquisa a partir do termo em alemão ‘Wie es wird, wie sich das Weib’ – “uma coisa que se transforma em mulher” ou uma mulher que vem a existir.
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ATUALIDADE PSICANALÍTICA
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A existência da Mulher
Keren Ben-Hagai
“Wie es wird, wie sich das Weib.” [1]
Ao longo de seu ensino, Freud referiu-se à feminilidade como um enigma. Ele falou da sexualidade da mulher como um continente obscuro. E em sua carta a Maria Bonaparte, ele escreveu sua famosa declaração, “o que quer uma mulher?” [2]. Em muitos textos de seu ensino posterior, os esforços de Freud para compreender algo sobre esse assunto são evidentes.
Em sua conferência ‘Feminilidade’ [3], ele escreveu: “Corresponde à singularidade da psicanálise não querer descrever o que a mulher é, […] mas, sim, pesquisar como ela se torna mulher, como se desenvolve a partir da criança dotada de disposição bissexual”. Esta é uma declaração interessante que captura uma série de tópicos que Freud vinha perseguindo.
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ATUALIDADE PSICANALÍTICA
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As mulheres contam suas história
Marco Focchi
Sabemos que no final de sua vida, Freud permaneceu com pelo menos um enigma sem solução, o da sexualidade feminina: Não sei o que quer uma mulher, disse ele. Tendo desvendado o componente sexual subjacente à histeria, tendo trazido à luz a sexualidade infantil, Freud tropeçou no desejo de Dora quando ela queria a sra. K e não seu marido, como era de se esperar. Por outro lado, não podemos dizer que o momento era propício para as mulheres falarem sobre seu desejo.
Temos a prova disso de um escritor que era amigo de Freud, Stefan Zweig, que nos forneceu um quadro extraordinário daquele período em seu belo livro O mundo de ontem [The World of Yesterday].
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ATUALIDADE PSICANALÍTICA
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Dor e gozo
Keren Ben-Hagai
Freud diferenciou duas experiências básicas do aparelho psíquico: uma é a experiência de satisfação (1905;1920) e a outra é a de dor (1895). Em seu Projeto para uma psicologia científica (1895), Freud identificou o fenômeno da dor como aquele associado a um processo físico-biológico que atingiu o limite de sua eficiência. Como sempre fazia, ele usou a biologia para descrever a dor como um excesso que perturba e como a causa de um aumento acentuado na quantidade de estímulo neural, que é sentida como desagradável. Ou seja, o aumento do estímulo produz uma excitação sensorial e, em última instância, a dor. Freud escreveu que, às vezes, a dor está associada a uma defesa contra a continuidade do movimento corporal.
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ATUALIDADE PSICANALÍTICA
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O dizer do sexo
Rosa Elena Manzetti
Na sexta lição do Seminário Identificação, [1] Lacan inicia sua elaboração sobre a diferença entre o nome próprio e o nome comum. Ao contrário de Stuart Mill e Sir Alan Gardiner, ele identifica a especificidade do nome do lado da escrita: há uma afinidade entre o nome próprio e a marca, o signo.
Ao mesmo tempo, ele aborda uma questão crucial, o que é Sem-Nome [Nameless] [2] na estrutura. O neurótico – diz ele – se sustenta no eu forte, “tão forte, diríamos, que seu nome próprio o importuna, que o neurótico é, no fundo, um Sem-Nome.” [3] É importante ter em mente que essa é a lógica das estruturas clínicas que tende a identificar o traço comum, ao contrário da clínica que visa apreender a singularidade.
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