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10 anos de CLIPP – Uma conversa sobre o traumatismo

UMA CONVERSA SOBRE O TRAUMATISMO
Conferência de Carlos Augusto Nicéas
AME, membro da EBP e da AMP

Como parte das comemorações pelos 10 anos da CLIPP, nesta segunda-feira, 21 de outubro, Carlos Augusto Nicéas nos falou sobre a atualidade do tema do traumatismo em sua articulação com uma clínica do Real.

Num minucioso trabalho de embasamento conceitual em torno do tema, seguindo as “pegadas de Freud”, Nicéas percorreu os termos freudianos para falar do trauma: sujeito despreparado, surpresa, desamparo, encontro com o impossível, passividade. Retomando a formulação freudiana do trauma em dois tempos, destaca como Freud já aponta que o sintoma é uma das vias para fixar o trauma, a via pela qual o acontecimento traumático, inominável, pode ser tratado e ganhar algum sentido, ainda que de mistério e enigma.

Com Lacan, o traumatismo remete a um buraco no saber introduzido pela “mordida da linguagem”, encontro primeiro com a ordem linguajeira que afeta o corpo vivo e o separa de seu primeiro objeto.
Destacando que a noção lacaniana de gozo articula e conjuga os dois mitos do último dualismo pulsional freudiano – Eros e Tanatos, amarrando em um único nó prazer e dor, Nicéas chama a atenção para a importância da repetição do traumatismo na direção de um tratamento. Repetição de atos onde o sujeito sofre e muito, mas absolutamente necessários para que aí, “algo” escoe. O gozo exige repetição, mas na repetição perde-se gozo. Ao analista cabe, sob transferência, suportar essa repetição mortífera, que roça a morte, para que nessa repetição haja perda de satisfação pulsional e um saber-fazer com o gozo seja forjado.

Agradecemos a Carlos Augusto Nicéas a preciosa parceria de trabalho sustentada nestes 10 anos e pelo primoroso trabalho epistêmico e clínico desta noite, que nos convoca ao trabalho, mais, ainda.
Em novembro, ainda no clima de comemorações, passamos do trauma ao dramático da ópera. Receberemos os colegas Andres Santos Jr e José Paulo Fiks.

28/11- 20h30 Pais e filhos: 200 anos de Verdi e Wagner

Aguardamos vocês.

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