MULHER – MITOS, FIGURAS, MODELOS E SEMBLANTES

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri Freud cria a Psicanálise em torno do trabalho clínico com as histéricas: para elas e com elas abre-se um novo saber. E ele se pergunta, no decorrer de sua vida-obra, “o que quer a mulher?”, pergunta à qual se dedica sempre mais, diante da insatisfação. Perguntar-se sobre “A” mulher…

SOBRE MONOGRAFIAS E SABERES

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri – 6/11/2023 Célia Cândida Borges Chamorro se propôs a fazer Pontuações sobre o Conceito de Transferência em Freud e Lacan, como trabalho de conclusão do Curso de Psicanálise da Clínica Lacaniana de Atendimento e Pesquisa em Psicanálise – CLIPP. Célia me procurou para orientação, colocando de início seu desejo…

Compulsões. Uma leitura. História recente.

Durval Mazzei Caso visitassem uma enfermaria psiquiátrica ou observassem secretamente um gabinete psicanalítico, de Kraepelin ou Freud até a metade dos anos 80, o olhar revelaria uma clínica muito diferente do que é vista nessas últimas décadas. Haveria compulsão? Sim, claro. Tais manifestações estão presentes na humanidade desde os Australopitecus. Repetimos o que nos agrada,…

O x analítico – Sobre Adixiones de Ernesto Sinatra

Giovanna Quaglia (Brasília, Brasil) “Vivo drogada, mas não consumo, sou assim, não posso parar nunca…”[1]. É com essa frase que Sinatra nos introduz ao seu livro Adixiones[2], com um x. Esse x que parece um lapso, nos antecipa a dimensão do enigma, consubstancial à experiência analítica desde as suas origens, indicando que na contemporaneidade é possível viver drogado, inclusive…

Uma abertura ao inconsciente

Cassandra Dias (João Pessoa, Brasil)* No seminário 11, J. Lacan formula o inconsciente como descontinuidade, propondo-o como homólogo a uma zona erógena, marcado pela hiância de uma pulsação temporal que se manifesta como vacilação, colocando em relevo os tropeços: “… o inconsciente freudiano (…) se situa nesse ponto em que, entre a causa e o…

Devastação e Passagem ao Ato

Maria Wilma Faria (Belo Horizonte, Brasil)* É com a psicanálise de orientação lacaniana que podemos situar as toxicomanias no campo do mais de gozar de acordo com o modo como cada sujeito fará uso da droga em seu corpo. Nessa direção, a contemporaneidade nos convida, cada vez mais, a tomarmos uma posição ética, que não…

O AMOR MORTO NAS PSICOSES

  Perpétua Medrado Gonçalves (CLIPP/EBPSP)   “… para o psicótico uma relação amorosa é possível abolindo-se como sujeito, enquanto ela admite uma heterogeneidade radical do Outro. Mas esse amor é também um amor morto.” (Lacan, J. O Seminário – Livro III As Psicoses. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., p. 287)   Ao ler o parágrafo sugerido…

O NOME DO PAI – VERWOFEN

Kátia Ribeiro Nadeau (CLIPP)   “Para que a psicose se desencadeie é preciso que o Nome-do-Pai, verworfen, foracluído, isto é, jamais advindo no lugar do Outro, seja ali invocado em oposição simbólica ao sujeito”. (Lacan, J. De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose. In: Escritos, p. 584. Rio de Janeiro, Jorge Zahar…

DELÍRIO COMO GÊNESE E RESPOSTA AO REAL

  Carlos Ferraz Batista (CLIPP) “Assim como todo discurso, um delírio deve ser julgado em primeiro lugar como um campo de significação que organizou um certo significante, de modo que as primeiras regras de um bom interrogatório, e de uma boa investigação das psicoses, poderiam ser a de deixar falar o maior tempo possível. (Lacan,…