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O SINTOMA – SENTIDO E GOZO

 

Malwina Puszcz

Carmen Silvia Cervelatti (CLIPP/EBP/AMP)

Daniela de Camargo Barros Affonso (CLIPP/EBP/AMP)

 

O sintoma das histéricas inaugurou a psicanálise e, desde então, primeiro com o próprio Freud e, depois, com Lacan, adquiriu variedades conceituais importantes. Como Miller aponta, Lacan não deixa, a esse respeito, uma doutrina dogmática, mas um campo problemático de investigação.

Neste Seminário de Leitura – “O sintoma-sentido e gozo”, pretendemos colocar em pauta este campo de investigação, tendo como texto de base o capítulo 28 (Seminário sobre as vias de formação dos sintomas) do livro Introducción a la Clínica Lacaniana, que reúne as conferências e seminários de Jacques-Alain Miller na Espanha de 1992 a 2001.

Neste seminário de 1996, Miller se utiliza das conferências XVII (O sentido dos sintomas) e XXIII (Os caminhos de formação do sintoma) das Conferências introdutórias à psicanálise, de Freud, para construir o que chama de uma placa giratória que, por um lado, pretende distribuir e comunicar entre si todas as partes da obra de Freud e, por outro, distribuir e comunicar entre si a obra de Freud e a obra de Lacan.

Miller trabalha o binário sentido-gozo no sintoma em Freud e Lacan a partir da pergunta fundamental, que tentaremos desenvolver neste seminário: como se articulam sentido e gozo em psicanálise?

Ao longo de seu seminário, Miller, ora em Freud, ora em Lacan, localiza as formas pelas quais sentido e gozo estiveram presentes no conceito de sintoma. Nas Conferências, Freud trata de vincular as duas vertentes de sua obra, a do descobrimento do inconsciente, dos fenômenos interpretáveis, e a do descobrimento da sexualidade infantil, do caráter perverso da sexualidade. Para Miller, todas as operações lacanianas provêm da brecha que subsiste do esforço freudiano de vincular ambas as vertentes.

Há um duplo circuito da palavra e da libido, e o esforço de Lacan, assevera Miller, está em articular, deduzir e produzir a partir desta duplicidade, em um caminho que vai do sentido a algo além do sentido. Abre-se, então, um vasto campo de investigação dos conceitos de fantasia, real e gozo. De que forma Lacan os insere no campo do sintoma?

Ao longo deste seminário de leitura, percorreremos o caminho traçado por Miller para, ao final, tentar chegar na afirmação de que “o sujeito não pode responder ao real senão sintomatizando-o. O sintoma é a resposta do sujeito ao traumático do real”1, e construir algum saber sobre ela.

 

Inscrições na atividade: psicanálise.clipp@gmail.com

 

BIBLIOGRAFIA

FREUD, S. “O sentido dos sintomas”. In: Obras Completas, volume 13: Conferências introdutórias à psicanálise (1916-1917). São Paulo: Companhia das Letras, 2014. Conferência 17, p. 343-364.

FREUD, S. “Os caminhos da formação de sintomas”. In: Obras Completas, volume 13: Conferências introdutórias à psicanálise (1916-1917). São Paulo: Companhia das Letras, 2014. Conferência 23, p. 475-500.

LACAN, J. “Conferência em Genebra sobre o sintoma”. In: Opção Lacaniana, número 23, ano 1998, p. 6.

MILLER, J.-A. “Seminario sobre las vías de formación de los sintomas (1996)”. In: Introducción a la clínica lacaniana. Conferencias em España. Escuela Lacaniana de psicoanálisis, RBA Libros S. A., 2007, pp. 453 a 486.

1 Miller, J.-A. “Seminario sobre las vías de formación de los sintomas (1996)”. In: Introducción a la clínica lacaniana. Conferencias em España. Escuela Lacaniana de psicoanálisis, RBA Libros S. A., 2007, p. 48