Maria Noemi de Araújo[2]
Concluíram o Curso de Psicanálise: “Os casos clínicos de Freud e o ensino de Lacan”, na CLIPP (Clínica Lacaniana de Atendimento e Pesquisas em Psicanálise), sábado 26 de maio de 2007: Alexandre de Souza Piné com o trabalho O analista curador: Um estudo sobre a entrada em análise, orientado por Carmen Silvia Cervelatti; Luciana Carvalho Rabelo O poder de transformação da palavra, orientada por Sandra Grostein; Ana Venite Fuzato de Oliveira Convergências possíveis entre Literatura e PsicanáliseeEliana Carpinelli A obesidade no sujeito contemporâneo, orientadas por Maria do Carmo Dias Batista.
Na ocasião, a convite da instituição, Tania Coelho dos Santos, psicanalista, membro da EBP-RJ, doutora em Psicologia Clínica pôde tecer considerações sobre esses quatro trabalhos, bem no espírito do “caso a caso”. Nessa perspectiva, levou-se em conta, primeiramente, que alunos utilizaram os recursos do ensino universitário sem a pretensão de tomá-los como modelos, segundo os critérios de monografias ou dissertações de tese. Como destacou Tania, “estamos tratando de um dos aspectos do trabalho universitário. Aqui há uma elaboração pessoal em que o sujeito arrisca e vai ancorar na teoria”. Além disso, lembrou que na sua experiência universitária orienta pesquisas que incluem subjetividades, transferências e interpretações. Ora, “pode-se fazer uma monografia com Freud”, concluiu.
Em segundo lugar, no decorrer da discussão dos textos incluiu-se tanto o ponto de partida de cada autor como seu percurso em face à psicanálise (análise, formação acadêmica, atividade profissional e de pesquisa). Como por exemplo, no percurso de Luciana destacou-se a particularidade de tratar-se de uma aluna que, no seu texto tentou costurar suas experiências de longos anos na Seção Clínica e no Núcleo de Pesquisa da CLIPP com sua pesquisa teórica. Contrariamente, Ana Venite se utiliza dessa teoria psicanalítica, tal como desenvolvida nesse curso de formação, como suporte para seu trabalho no ensino de literatura, na universidade. Carpinelli, por sua vez, jogou o peso da sua experiência com a Seção Clínica, na articulação das questões teóricas desse curso com um “estudo de caso”. Por fim, Alexandre, se deteve mais numa interface com as coisas da Cultura (arte, justiça e psicanálise) e se acocorou na questão da existência ou não do inconsciente – uma dúvida in-curável?
Em suma, psicanalistas ou não, cada aluno, a seu modo, concluiu esse curso com algum tipo de implicação com a teoria psicanalítica de orientação lacaniana – uma batalha que se inicia e não uma guerra ganha. Logo, uma luta que não visa os resultados em si mas para si – uma entrada no universo da civilização pela via da castração e do Édipo visando as novas gerações que estão por vir.