Hades#2 é o terceiro da série que começou com o #0, nascido em tempos de pandemia, tempo em que esse novo vírus é “real com uma lei na qual a ciência atua para extrair saber”, como diz Rosa López na tradução de Wilson Braga Jr. Tempo de coronavírus que, provocando medo e angústia, faz Marie-Hélène Brousse afirmar que o confinamento “reduz o laço social ao essencial e à necessidade vital, colocando em evidência as latusas” que escondem a causa do desejo. Mas é também tempo em que Durval Mazzei explora o conceito de toxicomania, enquanto modalidade de laço social e recurso para lidar com a falta, e Ariel Bogochvol, na abordagem dos motivos e efeitos dos crimes paranoicos, coloca os traços distintivos do estilo
paranoico na clínica e na política. Voltando às origens, Cristina Merlin faz um esclarecimento fundamental sobre o estruturalismo de Lacan, estruturalista radical que se ocupou do sujeito, algo impensável pelos estruturalistas. No olho do furacão, nesse real sem lei, aguardamos o fazer do real da ciência, sem esperar, mas atuando inseridos em nosso tempo.
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