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A MULHER NÃO EXISTE

Marcia Aparecida Barbeito (CLIPP)

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O filme “Uma Mulher Alta” (Dylda), do diretor Kantemir Balagov, baseado no livro de Svetlana Aleksiévitch, retrata uma cena delicada e marcante, quando a personagem Lya experimenta um vestido e começa a rodar num transe de alegria, como se naquele momento tivesse se reconhecido como ser humano. Os traumas deixados nas mulheres que lutaram na segunda guerra mundial foram condensados em duas personagens, e ainda assim, marcam a singularidade de cada uma. Partindo do pressuposto lacaniano “A mulher não existe”, podemos dizer que não existe A mulher, mas existem mulheres, contadas uma a uma.  Falta à civilização e â cultura um nome apropriado para o feminino – diferente do homem, para quem existe o significante fálico. A relação sexual não existe, e A mulher também não: ela não se escreve da mesma forma para todos.