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Atividade de abertura – O Imaginário na psicose

ATIVIDADE DE ABERTURA · 2º semestre de 2015
Paula Christina Verlangieri Caio

Marcelo Veras foi o convidado para a abertura das atividades deste semestre na Clipp que em seu Curso de Psicanálise tratará do caso Schreber e as psicoses.  Inaugura sua fala relacionando o seminário 3 “As Psicoses” e o tema do ENAPOL “O Império das Imagens”, lembrando que imagem não é o mesmo que imaginário, e associando-a ao campo do Outro (simbólico).  Ressalta, inclusive, a importância do caso Schreber para a construção posterior do seminário 23.

Apresentou o desenho tridimensional de um cubo, sombreando em diferentes momentos uma de suas faces para fazer uma analogia com aquilo que podemos chamar de “efeito sujeito”, singularizado-o na medida em que cada um enxerga uma imagem diferente da outra. Ressalta que a leitura da imagem de cada sujeito depende de uma escolha. E isto, a escolha, é o que mais essencialmente distingue um sujeito de outro. Afirma que a imagem nos convoca a uma leitura.

Constrói passo a passo, de uma maneira muito clara, aquilo que Lacan veio a chamar de “esquema L” ao distinguir o que chama de “sujeito em sua estúpida e inefável existência” e seu processo de separação do Outro da linguagem – o que nas psicoses não ocorre.  O ser falante é, em suma, um aglomerado de significantes que vêm do Outro e nele encarnam.

Ao final de sua exposição são apresentadas diversas imagens de obras de Escher, sendo a mais notória para a psicanálise a  Moebius Strip II, de 1963, capa do seminário 10 “A Angústia”, para com elas  ilustrar que aquilo que está fora está também dentro do corpo, e que, como no exemplo inicial do cubo tridimensional, somente com a escolha subjetiva é que se compõe a leitura da realidade. E é por isso que Marcelo Veras arremata sua aula inaugural com a afirmação de que “A posição do sujeito pode salvá-lo do fracasso da realidade”.