Uma abertura ao inconsciente

Cassandra Dias (João Pessoa, Brasil)* No seminário 11, J. Lacan formula o inconsciente como descontinuidade, propondo-o como homólogo a uma zona erógena, marcado pela hiância de uma pulsação temporal que se manifesta como vacilação, colocando em relevo os tropeços: “… o inconsciente freudiano (…) se situa nesse ponto em que, entre a causa e o…

Devastação e Passagem ao Ato

Maria Wilma Faria (Belo Horizonte, Brasil)* É com a psicanálise de orientação lacaniana que podemos situar as toxicomanias no campo do mais de gozar de acordo com o modo como cada sujeito fará uso da droga em seu corpo. Nessa direção, a contemporaneidade nos convida, cada vez mais, a tomarmos uma posição ética, que não…

O AMOR MORTO NAS PSICOSES

  Perpétua Medrado Gonçalves (CLIPP/EBPSP)   “… para o psicótico uma relação amorosa é possível abolindo-se como sujeito, enquanto ela admite uma heterogeneidade radical do Outro. Mas esse amor é também um amor morto.” (Lacan, J. O Seminário – Livro III As Psicoses. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., p. 287)   Ao ler o parágrafo sugerido…

Vol. 4 – N. 3 – Junho de 2023

Editorial #23 EDITORIAL #23 | 27 de junho de 2023 – www.clipp.org.br EDITORIAL HADES #23 Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri HADES #23, nesta edição, se propôs a publicar comentários sobre trechos de Lacan que abordam as psicoses, em forma do antigo exercício denominado “disciplina do comentário” e que foi retomado pela psicanálise. A “disciplina do comentário”…

O NOME DO PAI – VERWOFEN

Kátia Ribeiro Nadeau (CLIPP)   “Para que a psicose se desencadeie é preciso que o Nome-do-Pai, verworfen, foracluído, isto é, jamais advindo no lugar do Outro, seja ali invocado em oposição simbólica ao sujeito”. (Lacan, J. De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose. In: Escritos, p. 584. Rio de Janeiro, Jorge Zahar…

DELÍRIO COMO GÊNESE E RESPOSTA AO REAL

  Carlos Ferraz Batista (CLIPP) “Assim como todo discurso, um delírio deve ser julgado em primeiro lugar como um campo de significação que organizou um certo significante, de modo que as primeiras regras de um bom interrogatório, e de uma boa investigação das psicoses, poderiam ser a de deixar falar o maior tempo possível. (Lacan,…

INCONSCIENTE ESTRUTURADO COMO LINGUAGEM

Noemi Araujo (CLIPP)   “O inconsciente é, no fundo dele, estruturado, tramado, encadeado, tecido de linguagem. E não somente o significante desempenha ali um papel tão grande quanto o significado, mas ele desempenha ali o papel fundamental. O que com efeito caracteriza a linguagem é o sistema do significante como tal. (Lacan, J. O Seminário…

BEHAJUNG, VERNEINUNG, VERWERFUNG

  Daniela Camargo Barros Affonso (CLIPP/ EBP / AMP) “… o termo Verwerfung. / Ele se articula nesse registro como a ausência de Behajung, ou juízo de atribuição, que Freud postula como precedente necessário a qualquer aplicação possível da Verneinung, que ele opõe como juízo de existência, ao passo que o artigo inteiro em que…

DELÍRIO, SIGNIFICANTE E SIGNIFICAÇÃO

Durval Mazzei (CLIPP/EBPSP) “ (…) No nível do significante, em seu caráter material, o delírio se distingue precisamente por esta forma especial de discordância com a linguagem comum que se chama um neologismo. No nível da significação, ele se distingue por isto: ele só pode se mostrar se vocês partem da ideia de que significação…