SONHO E REAL

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri “… O Inconsciente, é que, de uma certa maneira, falamos – se é que existe falasser – sozinhos. Falamos sozinhos, porque dizemos sempre uma só e única coisa – exceto se nos abrimos ao diálogo com um psicanalista. Não há como fazer de outra forma a não ser recebendo…

NO MUNDO CONTEMPORÂNEO, A PSICANÁLISE E AS MULHERES*

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri “… Quem pode duvidar do fato de que, no século XXI, a psicanálise estará nas mãos das mulheres?” (Miller) A civilização ocidental revela diferentes visões enfocando “mulher”. A sucessão interminável de males que assola a condição humana veio através da mulher, criada pelos deuses por ordens de Zeuscomo castigo…

ÓDIO E FANTASIA EM SADE

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri – EBPSP Eixo: Ódio Inquietante pensar que “o mais perigoso escritor ocidental se tenha transformado num respeitável clássico (…) passagem do maldito para o divino?” [i] (Moraes, p. 8). Sade, perigoso em vida, clássico post mortem. Sadismo, significante originado dos escritos do “divino marquês” como queriam os surrealistas [ii], aparece…

O JOGO TRANSFERENCIAL NO CARTEL

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri Lacan propõe, no “Ato de Fundação” que o ingresso à Escola seja feito via cartel e na “Proposição de 9 de outubro de 1967” afirma que “no começo da psicanálise está a transferência”. Se no começo está a transferência e a entrada na escola passa pelo cartel, é necessário examinar a questão…

LÓGICA LACANIANA

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri O Seminário 19 vem antes do 20 e depois do 18, e isto, embora possa parecer um chiste, não é um simples truísmo. No Seminário 18 vemos Lacan na busca lógica por um “discurso que não fosse semblante”, pois todos o são. “… o título De um Discurso que não…

LACAN E A APOSTA DE PASCAL

Maria Bernadette Soares de Sant´Ana Pitteri A experiência da Psicanálise confronta-se com o efeito da perda, efeito simbólico inscrito no vazio produzido entre o corpo e seu gozo, e não por acaso Lacan aborda a aposta de Pascal no Seminário XVI De um Outro ao outro, dada a relação entre o efeito da perda (objeto perdido…

Artista delirante – Delirante artista

Maria Bonomi*   Diferem muito, porém estão identificados ao mesmo gozo, pelo prazer de desenhar, pelo prazer de lidar com cores pastosas ou líquidas que escorrem, pela alegria de interferir na matéria, criando sulcos, levantando farpas, nivelando e polindo superfícies, definindo formas ou invadindo o branco da tela virgem para escrever ou fazer linhas, retas,…

Xul Solar: artista delirante ou delirante artista?

Maria Bonomi* Em 14 de dezembro de 1887 nascia em São Fernando, província de Buenos Aires, Oscar Agustín Alejandro Schulz Solari, filho de Emílio Schulz de Riga, alemão da Letônia e deAgustina Solari, italiana de Rovereto. O pseudônimo Xul Solar deriva dos nomes paterno e materno. Encontramos pela primeira vez a mudança desse nome quando Xul começa a praticar geometria, uma geometria sobretudo…

O Gide de Sobre o Gide de Lacan

Maria Helena Barbosa No final de 1988, no Seminário de Estudos Aprofundados, Jacques Alain-Miller proferiu quatro sessões intituladas Sobre o Gide de Lacan (1). Nelas, abordou o texto A juventude de Gide ou a letra e o desejo (2), de Jacques Lacan, publicado na revista Critique, em 1958. Este texto de Lacan, por sua vez, é uma resenha do livro Juventude…