Editorial #8
EDITORIAL #08 | 02 de agosto de 2021 – www.clipp.org.br
Editorial: Sandra Arruda Grostein (CLIPP/ AME/AE em exercício/EBP/AMP)
Este Hades 8 é um número especial, por dois motivos, de um lado traz as atividades que serão desenvolvidas no segundo semestre de 2021 e de outro marca o término da atual gestão da diretoria da CLIPP, 2019-2021, responsável pela criação e editoração deste boletim.
Segundo semestre de 21, quarto semestre de pandemia do coronavírus, onde ainda se mantém os cuidados sanitários, incluindo, principalmente, o distanciamento social, restringindo nossas atividades ao meio virtual. Depois de um ano e meio nesta modalidade a atual Diretoria em parceria com o Conselho encontraram saídas interessantes que mostram que a CLIPP está preparada para enfrentar os desafios decorrentes da continuidade da pandemia.
Retomando os textos presentes nesta edição, o primeiro a se apresentar é o Núcleo de Toxicomania e Psicanálise, que pretende trabalhar a diferença entre Drogadição e Dependência Química, visando diferenciar o viés que apela ao terreno cerebral exigindo do paciente disciplina como resposta à dependência e a psicanálise que considera o sujeito entre o gozo e o prazer apoiando -se em Freud, com a noção de fixação da libido e em Lacan como um acontecimento além do Édipo.
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NÚCLEO DE PESQUISA
TOXICOMANIA & PSICANÁLISE
Durval Mazzei (CLIPP/EBPSP)
No segundo semestre, o Núcleo de Pesquisa terá quatro encontros mensais, a partir de 21/08. Os encontros serão em torno de proposições distintas a respeito da Toxicomania (Drogadicção ou Dependência Química).
O primeiro encontro exporá a versão neurobiológica deste fenômeno clínico presente na cena contemporânea. Certamente, é um modo bem comum de encarar a questão, pela simplicidade de declarar a inexistência de um sujeito entre o gozo e o prazer e deslocar a característica perda de controle para o terreno cerebral, a léguas de distância da responsabilidade. Esta queda é restrita à demanda de disciplina ao adicto (escravo).
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NÚCLEO DE PESQUISA
PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO
Leny Magalhães Mrech (CLIPP/EBP/AMP)
O Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Educação da CLIPP tem uma longa trajetória, iniciado que foi na Faculdade de Educação da USP em 1997. Surgiu atendendo a uma demanda de professores da área de Pós-Graduação de Psicanálise e Educação, de alunos da graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação da USP e do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo; além disso, principalmente, dos professores do ensino fundamental, médio e superior tanto da rede pública quanto privada. Esta demanda carregava o interesse em saber mais a respeito da teoria e da clínica freudiana e lacaniana em sua possível aplicação educacional. E, através do NUPPE/USP, foram produzidas inúmeras dissertações de mestrado, teses de doutorado e pós-doutorado, sem falar em pesquisas sobre Psicanálise e Educação.
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NÚCLEO DE PESQUISA E LEITURA
APRESENTAÇÃO DE PACIENTES E PSICOSE
Marizilda Paulino (CLIPP/EBP/AMP) e Perpétua Medrado Gonçalves (CLIPP/EBPSP)
O Núcleo de Pesquisa e Leitura sobre Apresentação de Pacientes e Psicose, no ano de 2020, estudou a transferência na psicose. Fizemos um percurso de Freud a Lacan, partindo do tratamento da histeria até a psicose.
O amor nas psicoses é o tema que visamos pesquisar este ano.
No segundo semestre continuaremos estudando “O amor nas psicoses” e o livro El amor en las psicosis (MILLER, J-A [Org.], 2008. Ali, diversos psicanalistas do Campo Freudiano discutem casos sobre o amor transferencial e a erotomania na psicose. “El amor en las psicosis nos enseña sobre el amor en general… Ó será por último que, el sujeto psicótico no ama, sino su delirio, según lo expresado por Freud?…las psicosis pueden entonces enseñarnos mucho sobre esa locura común que es el amor y sobre la transferência.” (Palavras Preliminares in El amor en las psicosis)
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NÚCLEO DE PSICANÁLISE E FILOSOFIA
PSICANÁLISE E FILOSOFIA: TRADUÇÃO POSSÍVEL?
M. Bernadette S. de S. Pitteri (CLIPP/EBP/AMP)
Filosofia e Psicanálise, discursos diferentes, permitiriam algum tipo de tradução? Tal percurso está exposto a tropeços, sendo o mais grave nada guardar de um ao atingir o outro, como se na passagem se escancarasse o vazio que os separa, sem pontes de transição.
A tensão entre psicanálise e filosofia é originária; filósofos e psicanalistas podem chegar a um diálogo de surdos, em que cada qual toma do outro aquilo que lhe interessa.
A relação de Freud com a filosofia é polêmica e quase hostil, revelando profunda ambivalência. A criação da psicanálise interpela e coloca questões cruciais à filosofia. Um texto de 1913 aponta teses psicanalíticas que deverão produzir reformulações no pensamento filosófico.
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NÚCLEO DE PESQUISAS
PSICANÁLISE E MEDICINA
Eliane Costa Dias (CLIPP/EBP/AMP) e Niraldo de Oliveira Santos (CLIPP/EBP/AMP)
Para o ano de 2021, o Núcleo de Pesquisas em Psicanálise e Medicina escolheu como tema de trabalho “Por uma clínica do falasser: sinthoma e Um-corpo”, visando uma investigação em torno do conceito de inconsciente real no ensino de Lacan.
Desde o primeiro semestre de 2006 este núcleo elegeu como eixo central “O corpo em Psicanálise”, com o objetivo de precisar conceitos teóricos que nos permitem abordar as manifestações no corpo identificáveis na prática clínica. A partir de 2017, esse caminho de pesquisa nos levou a interrogar o estatuto do corpo e do sintoma a partir do último ensino de Lacan.
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NÚCLEO DE PESQUISA
ENTRE A BIOLOGIA E A CULTURA, A PSICANÁLISE
Celia Maria B. Siqueira (CLIPP) , Luciana Carvalho Rabelo (CLIPP) e Maria Cristina M. Felizola (CLIPP)
Certamente, o psicanalista está convocado a tomar a palavra nas discussões que tratam das profundas transformações que se processam nas relações de sexo/gênero na atualidade.
Freud foi atraído pelas questões ligadas à sexualidade, buscando apreender, através da sua clínica, como se constituía a sexualidade humana. No seu texto “Algumas consequências psíquicas das distinções anatômicas entre os sexos”, já demonstrava suas tentativas de desvincular o sexo anatômico da escolha da posição sexual. A Psicanálise tem um longo percurso procurando desvendar toda a complexidade de como se constitui um homem ou uma mulher.
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NEPPSI
ESTUDOS SOBRE O CRIME: CRIMINOLOGIA DA VIDA COTIDIANA
Ariel Bogochvol (CLIPP/EBP/AMP)
Se o crime e a lei remontam às origens e à estrutura da civilização, a criminalidade, bem como os modos de tratá-la e puni-la, variam amplamente ao longo da história.
Na atualidade, o Brasil ocupa posição de destaque em diversos rankings da criminalidade: líder mundial em homicídios, em crimes contra LBGTs, em letalidade e morte policial, quinto em feminicídios, terceiro em roubos na AL, terceira maior população carcerária do mundo.
O debate sobre a criminalidade e seu tratamento foi o foco principal das eleições de 2018. O ‘pacote anticrime’ do governo Bolsonaro foi encaminhado pelo ex-ministro S. Moro, modificado pelo congresso e sancionado com vetos pelo PR em dezembro de 2019. O pacote promoviamudanças em 51 artigos do Código Penal e 17 leis especiais mas não resvalava nas ”causas” da criminalidade.
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SEMINÁRIO DE LEITURA
TELEVISÃO (1974)
Carmen Silvia Cervelatti (CLIPP/EBP/AMP)
Em 1973 Lacan foi à televisão, veículo acessível às massas, transmitir a psicanálise àqueles que queriam escutá-lo. Podemos vê-lo na gravação, uma performance que produz efeitos nos expectadores, experimenta-se isso. Seus Seminárioseram abarrotados de ouvintes sedentos de sua transmissão. Era a época do Seminário 21 intitulado Les non-dupes errent – Les noms-du-père: a homofonia enlaçando fala e escrita.
Com a escrita do texto Televisão (Outros escritos) podemos seguir as elaborações de Lacan revisitando a psicanálise em torno do conceito de inconsciente desde a perspectiva do falasser – o significante tem efeito de afetar o corpo, além de efeito de significado.